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Polícia investiga assalto a catedral da IURD em Luanda por desconhecidos

A polícia está a investigar um assalto ocorrido na catedral do Morro Bento, em Luanda, da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD), realizado por elementos ainda desconhecidos, soube a Lusa de fonte policial.

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Segundo o porta-voz do comando provincial de Luanda da polícia, Nestor Goubel, o assalto ocorreu na madrugada de Sábado para Domingo, por volta das 02h00, tendo os assaltantes levado vários materiais.

"Levaram uma série de materiais, colunas, microfones, amplificadores, computadores, entre outros", referiu Nestor Goubel, salientando que a polícia tomou conhecimento do facto através da própria igreja, que apresentou queixa numa esquadra próxima.

Nestor Goubel frisou que "foi aberto um expediente investigativo", estando ainda a ser averiguada a situação para o esclarecimento do caso.

Sobre as informações de que era a polícia a encarregue de garantir a segurança do espaço, devido ao conflito na igreja desde o ano passado, Nestor Goubel rejeitou, dizendo não ter esta informação.

A IURD vem enfrentando há um ano um conflito interno, dividido por duas alas, a de bispos e pastores angolanos e a de brasileiros, que levou as autoridades judiciais a suspenderem toda a sua actividade e ao encerramento dos templos no país, no âmbito do processo-crime por alegadas práticas dos crimes de associação criminosa, fraude fiscal e exportação ilícita de capitais.

Este mês, um ofício do Instituto Nacional de Assuntos Religiosos (INAR) confirmou a legitimidade do representante da Comissão de Reforma da IURD, composta por angolanos, passando a representar legalmente a igreja o bispo Valente Bezerra Luís.

A parte brasileira manifestou desagrado com a decisão do INAR, tomada "à revelia", informando que judicialmente tomou medidas "contra mais esse ataque" que têm sofrido.

"Além da falta de legitimidade do INAR para tomar a referida suposta decisão, deve ser tornado público que a Igreja Universal do Reino de Deus e seus representantes em nenhum momento foi ouvida, notificada, comunicada ou auscultada", referiu uma nota emitida na altura, salientando que "inexplicavelmente, a IURD foi mantida à margem e afastada” do processo.

Na troca de acusações, os bispos angolanos dizem que a decisão de romper com a representação brasileira em Angola, encabeçada pelo bispo Honorilton Gonçalves, fiel ao fundador Edir Macedo, se deveu a práticas contrárias à religião, como a exigência da prática de vasectomia, racismo, discriminação social, abuso de autoridade, além da evasão de divisas, todas negadas pela parte brasileira, que se queixa de ataques xenófobos e agressões a pastores.

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