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CIRGL: João Lourenço apela ao cessar das hostilidades

João Lourenço, que assumiu recentemente a chefia da Conferência Internacional da Região dos Grandes Lagos (CIRGL), na qualidade de presidente da conferência, condenou esta Quinta-feira os actos de alguns actores políticos e grupos armados na República Centro-Africana (RCA) e apelou ao cessar de todas as hostilidades naquele país.

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O também Presidente de Angola, manifestou, em comunicado distribuído à imprensa, "muita preocupação" com os últimos desenvolvimentos relativos à situação política e de segurança na RCA, que "levaram o país à deterioração da situação de segurança e de violência extrema que afectam particularmente a população civil".

As conclusões e decisões da Cimeira dos chefes de Estado e de Governo da CIRGL, de 20 de Novembro passado, relativamente à RCA, foram frisadas por João Lourenço, que reiterou apoio incondicional ao povo daquele país, em conformidade com o Protocolo sobre Democracia e Boa Governação e os princípios relativos à protecção dos direitos humanos, consignados nos diferentes instrumentos da organização.

"[A cimeira] Condena os actos de alguns actores políticos e grupos armados, incluindo signatários do Acordo Político para a Paz e a Reconciliação (APPR-RCA), que visam a desestabilização do país e privam, por conseguinte, o povo centro-africano do seu direito ao voto", lê-se no comunicado.

A CIRGL, alinhada com as posições das Nações Unidas, da União Africana (UA) e da Comunidade Económica dos Estados da África Central (CEEAC) e demais parceiros, apelou também aos diferentes protagonistas a cessar todas as hostilidades que colocam em causa os esforços de paz e de reconciliação nacional, exortando igualmente as partes envolvidas a evitar a tomada do poder pela força.

O apelo foi ainda no sentido do respeito às instituições do Estado e ao engajamento pleno no processo em curso, de modo a que as eleições possam ser realizadas, conforme os prazos constitucionalmente estabelecidos, num ambiente pacífico, credível e transparente.

A República Centro-Africana realiza no Domingo eleições presidenciais depois de uma crescente tensão na última semana, marcada pelo estabelecimento de uma coligação entre líderes dos três principais grupos armados, que ocupam grande parte do território da RCA e conduzem uma ofensiva no norte e oeste do país.

A República Centro-Africana foi devastada pela guerra civil depois de uma coligação de grupos armados dominados por muçulmanos, a Séléka, ter derrubado o regime do Presidente François Bozizé em 2013.

Os confrontos entre a Séléka e milícias cristãs e animistas anti-Balaka provocaram milhares de mortes.

Desde 2018, a guerra evoluiu para um conflito de baixa intensidade no qual grupos armados competem pelo controlo dos recursos do país, principalmente gado e minerais, e cometem regularmente abusos contra a população civil.

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