Jomo Fortunato, que discursava na cerimónia de cumprimentos de fim de ano, referia-se com especial destaque ao projecto de reanimação das casas de cultura, designado "Somos Angola, Somos Cultura", que terá sempre um ciclo de debates e formação artística integrada, incluindo as salas de imitação dos clássicos da música popular.
"Um outro projecto é incrementar os eventos culturais, temos um projecto que é o "Somos Angola, Somos Cultura", que acho que é um projecto que vai dar corpo à privatização do sector cultural, ou seja, à reanimação dos espaços culturais, constituindo pequenas empresas", frisou.
Esses espaços, disse o ministro, não serão apenas para a fruição cultural, mas também para formação, "numa estreita ligação com a acção cultural".
"A ideia é juntar a nossa tradição cultural aos avanços das modernas tecnologias da esfera comunicacional e temos que dialogar com o mundo. É importante que Angola esteja nas grandes agendas internacionais, é claro que numa situação pós-covid", salientou.
"Há uma agenda internacional de concertos, há uma agenda internacional de teatro, da música, do cinema e porquê que Angola não pode estar lá, tem que estar, temos que criar um observatório com esses eventos culturais para melhorar a capacidade, a imagem de Angola no mundo", ajuntou.
O titular da pasta da Cultura, Turismo e Ambiente realçou que a agenda para 2021 é "muito preenchida" nesses três sectores, pelo que é preciso encontrar pontos de contacto entre estas três instâncias, para que os projectos rumem de forma harmoniosa.
Em declarações à imprensa, à margem da cerimónia, Jomo Fortunato disse que o ministério vai continuar a sua acção solidária com os artistas que estão doentes, numa acção articulada com a União Nacional dos Artistas e Compositores (UNAC) e a União Nacional dos Artistas Plásticos (UNAP).
O ministro frisou que foram apoiados os artistas que têm dificuldades, dos quais muitos se encontram doentes, sendo a ideia "prevenir essas mortes repentinas que aconteceram com Carlos Burity, Waldemar Bastos, Givago".
"Mas não estou só concentrado nos cantores e compositores. É uma ação que se estende a todos os artistas, artistas plásticos, do cinema, da dança, etc", disse.
De acordo com o ministro, a ideia é criar estruturas que sejam sólidas e funcionais e não acções esporádicas, com um trabalho multissectorial, "com outros departamentos ministeriais que podem dar o seu contributo na salvaguarda social dos artistas para que eles tenham dignidade".
O Executivo vai também colocar em discussão pública a proposta de lei sobre as Línguas Nacionais, para reunir consensos e contribuições para este "importante diploma indentitário", informou o ministro.
Jomo Fortunato disse que o futuro diploma legislativo visa também salvaguardar a herança linguística nacional.
A preparação do dossier de candidatura do local da Batalha do Cuito Cuanavale a património da humanidade faz igualmente parte do conjunto de assuntos constantes da agenda para 2021.