Na sua primeira visita a Angola, o ex-político britânico e actual director do Instituto Tony Blair para a Mudança Global, mostrou-se “muito interessado no que o Presidente tem feito” salientando a importância de Angola para a região e para África e assinalando que o país vive um momento importante da sua história.
“Esteve dominada pelo petróleo, mas sabe que é preciso diversificar a economia e que o futuro do país é difícil e desafiante” e implica novos investimentos, desenvolvimento de infra-estruturas e da agricultura, criação de emprego, “coisas que levam tempo”, declarou Tony Blair à saída de uma audiência com João Lourenço.
O importante, acrescentou, “é que o Presidente percebe o que tem de ser feito e tem a coragem de tomar as decisões difíceis para que o país lá chegue”.
Tony Blair destacou que o instituto que lidera “ajuda os países a fazerem mudanças que vão ser boas, a longo prazo”, afirmando que um dos motivos que o atraiu a Angola foi a existência de “uma liderança realmente focada em mudar o país para melhor, a longo prazo”.
Este foi um dos assuntos discutidos com o Presidente, a par das suas ambições para o país, revelou, adiantando que existe muito interesse internacional no que acontece hoje em Angola.
“As pessoas veem que há um processo de mudança e as mudanças são sempre difíceis. Isto é o mais difícil de fazer”, continuou o antigo primeiro-ministro, indicando que o facto de João Lourenço estar a tomar decisões difíceis tem merecido um crescente apoio da comunidade internacional.
Questionado sobre a cimeira de Investimento em África, que se realizará em Londres, a 20 de Janeiro, Tony Blair sublinhou que o Reino Unido é um parceiro importante para vários países africanos, lembrando que a diversificação económica vai atrair investidores britânicos para Angola.
“O Reino Unido tem muitas empresas interessadas em investir em África e, por isso, a cimeira servira para que as nações africanas se juntem com o Reino Unido e explorem as oportunidades de investimento e transacções comerciais”, referiu.
Na semana passada, João Lourenço foi convidado pelo primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, para participar na cimeira de Londres, um convite entregue pela embaixadora do Reino Unido em Angola, Jessica Hand, numa audiência concedida pelo chefe de Estado.
Angola e o Reino Unido têm as suas relações de cooperação cimentadas no Acordo Geral de Cooperação assinado em 1986. Em 2015 foi lançada em Luanda a Câmara de Comércio Angola/Reino Unido, que visa incrementar as trocas comerciais entre os dois países.