O líder da bancada parlamentar do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), Virgílio de Fontes Pereira, que participa em Bruxelas na 39.ª assembleia parlamentar da África, Caraíbas e Pacífico, foi o portador da carta.
Em declarações à rádio pública, Virgílio de Fontes Pereira disse que a posição de Angola "é de repúdio pelas inverdades e manipulações que constam do relatório".
O deputado do partido maioritário disse ainda que a posição do parlamento angolano foi igualmente apresentada aos países da ACP. "É uma atitude que nós condenamos e temos estado a condenar veementemente e notamos que, para algumas pessoas, há claro entendimento que houve manipulação dos factos e que induziu um órgão com a seriedade e credibilidade que, na minha opinião, é posta em causa nesse processo, como é o Parlamento Europeu", frisou o deputado angolano.
Para Virgílio de Fontes Pereira, o Parlamento Europeu "falhou" ao não cumprir os procedimentos ditados pelo Acordo de Cotonou, "em que se exigem um diálogo equilibrado, aprofundado entre todos, e esse diálogo não existiu com Angola".
Este é mais uma tomada de posição de Angola face à aprovação, no passado dia 10 deste mês, pelo Parlamento Europeu de uma resolução sobre "tentativas incessantes" das autoridades angolanas para limitar as liberdades de expressão, de imprensa e de reunião pacífica e de associação.
Além das limitações de liberdades, a resolução chamou também atenção ao nível de corrupção e as deficiências no sistema anti branqueamento de capitais em Angola.
Numa primeira reacção, o Governo de Angola recusou o teor da resolução e advertiu que a posição do Parlamento Europeu não beneficia a cooperação bilateral.