Cristovão Cacombe foi escolhido pela sua inovação, designada de 'Arobot'. A sua tecnologia, conforme explica uma nota remetida ao VerAngola, diz respeito a "uma ferramenta de aprendizagem robótica para crianças que deve ser montada e programada para realizar tarefas específicas".
O 'Arobot' foi criado para combater a falta de laboratórios de robótica nas escolas nacionais. Assim, de acordo com o comunicado, o angolano e a sua equipa pretendiam fornecer educação prática STEM (Ciência, Tecnologia, Engenharia, Matemática), ajudando os alunos a desenvolverem habilidades em engenharia electrónica, programação e desenvolvimento de software.
Assemelhando-se a uma 'kupapata' (moto de três rodas), esta tecnologia possui dois motores que estão ligados a um microcontrolador que comunica através de Bluetooth com uma plataforma, possibilitando que os seus utilizadores criem e programem objectos electrónicos interactivos.
A nota refere igualmente que o engenheiro angolano "já forneceu mais de 200 'Arobots' para mais de 20 escolas, atingindo mais de 1000 pessoas, incluindo dezenas de professores que foram capacitados para educar seus alunos".
"Arobot fornece aplicação prática da teoria que as crianças já estão a aprender. O nosso robot tem uma identidade africana, assumindo a forma de um veículo que todas as crianças em Angola podem reconhecer. Eles estão a aceder a uma experiência valiosa em laboratório, enquanto ao mesmo tempo que se divertem", referiu, citado na nota.
Já sobre o prémio, o angolano é um dos 15 empreendedores africanos escolhidos: "15 empreendedores africanos e as suas tecnologias pioneiras destinadas à reabilitação ambiental, educação e saúde e segurança humana foram seleccionadas para o Prémio África 2023 para Inovação em Engenharia, fundado pela Royal Academy of Engineering".
A lista de 2023, adianta o comunicado, "representa 10 países africanos, incluindo, pela primeira vez, Angola e Serra Leoa, e demonstra a importância da engenharia como viabilizadora da melhoria da qualidade de vida e do desenvolvimento económico".
A par do angolano, figuram na lista empreendedores dos Camarões, Etiópia, Gana, Nigéria, Serra Leoa, África do Sul, Tanzânia, Uganda e Zimbabué.
Conforme o comunicado, este prémio, que foi lançado em 2014, é atribuído anualmente pela Royal Academy of Engineering "aos inovadores africanos ambiciosos que criam soluções locais e escaláveis para desafios pan-africanos e internacionais".
Assim, os inovadores pré-seleccionados vão beneficiar de um pacote de apoio, que engloba "incubação de empresas, mentoria, angariação de fundos e comunicações", bem como "o acesso à rede global da Academia de engenheiros e especialistas em negócios altamente qualificados e experientes no Reino Unido e em África".
De acordo com o comunicado, em meados do próximo ano vão ser escolhidos quatro finalistas para exporem as suas inovações e "planos de negócios ao júri" do prémio, num evento a ter lugar no Gana, sendo que o vencedor vai receber 25.000 libras enquanto o segundo, terceiro e quarto lugares receberão 10.000 libras cada. Haverá ainda outro prémio o de "Melhor Inovador", no montante de 5000 libras a ser entregue ao "inovador mais promissor".
"As inovações pré-seleccionadas em 2023 abordam desafios centrais para os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, incluindo educação de qualidade, água limpa e saneamento, cidades e comunidades sustentáveis, boa saúde e bem-estar e energia limpa", refere a nota.
Citada no comunicado, Rebecca Enonchong FREng, fundadora e directora executiva da AppsTech e membro de júri do Prémio África referiu que as alterações climáticas têm vindo a impactar severamente o continente africano, havendo este ano 11 inovações a contribuir para a sustentabilidade ambiental.
"As alterações climáticas estão a ter um impacto mais severo em África do que noutros continentes, onde a produção agrícola, a segurança alimentar e os recursos hídricos estão a ser comprometidos e agravados por uma fraca capacidade adaptativa. Este ano, 11 das nossas inovações estão a contribuir directamente para a sustentabilidade ambiental", disse.
Pode saber mais sobre o prémio no site do mesmo.
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