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Câmara de Energia Africana: sector energético angolano atrai cada vez mais investidores

O sector energético em Angola está a atrair cada vez mais investidores não ocidentais, disse esta Terça-feira o director da Câmara de Energia Africana com o pelouro de Angola, que é favorável a uma maior regionalização da indústria petrolífera nacional.

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Sergio Pugliese falava à margem de uma conferência de imprensa onde foi apresentada a 3.ª edição da Angola Oil & Gás (AOG), organizada pela Energy Capital & Power, que se realiza entre 29 de Novembro e 1 de Dezembro e tem a promoção de novos investimentos entre os principais objectivos.

O especialista abordou o impacto das energias extractivas em países com Angola e outros produtores africanos de petróleo, que têm de competir pelo investimento, e defendeu que o sector enfrenta uma fase desafiante marcada pela transição energética e pela segurança energética.

Sergio Pugliese assinalou que existem condições para atracção de investimento em novas áreas, nomeadamente no gás, apontando o mais recente projecto de gás não associado (Angola LNG) que se espera que comece a produzir em 2026.

“Está a aumentar o interesse de ‘players’ regionais no sector de petróleo e gás em Angola”, destacou, apontando a entrada recente da namibiana Namcor no mercado, mas também de multinacionais do Médio Oriente tanto no “upstream” (exploração e produção de petróleo) e como no “downstream” (transporte e comercialização).

Salientou que o mercado angolano tem estado a abrir-se não só a investidores ocidentais, que são os mais tradicionais neste sector, mas também a investidores africanos, sendo esperadas na conferência empresas da Nigéria, Costa do Marfim, Namíbia, Zimbabué, África do Sul e Uganda, entre outros países.

O responsável da Câmara de Energia Africana afirmou que o impulso dado pelo ocidente aos temas da transição energética e descarbonização “criou um clima de instabilidade” no que diz respeito à atracção para indústria extractiva em África.

“Mas a situação entre a Ucrânia e a Rússia fez com que África acordasse e visse que o que estava a ser imposto não é uma luva que cabe para todos”, disse, defendendo que enquanto o ocidente e algumas áreas da Ásia estão no ponto da descarbonização, África ainda está na fase de industrialização.

"Não vamos abandonar o nosso contributo para a descarbonização, mas não podemos deixar que forcas externas ao continente africano decidam o nosso futuro”, reforçou, lembrando que África é ao mesmo tempo o continente que menos contribui em termos de poluição e o mais afectado pelas alterações climáticas.

Para o director de conferências internacionais da Energy Capital & Power, Miguel Artacho, a temática do gás assume cada vez mais importância devido à guerra entre a Rússia e Ucrânia e vai tornar o papel de Angola mais relevante.

Miguel Artacho sublinhou que, devido ao conflito, a segurança energética ultrapassou a descarbonização e a transição energética nas listas de prioridades europeias.

O responsável, que apontou vantagens comparativas de Angola para atracção de investidores, entre as quais melhoria do clima de negócio, maior transparência e segurança, adiantou que durante a conferência serão assinados acordos de cooperação no sector energético entre as autoridades angolanas e alguns países.

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