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Economia

Fitch: crédito em Angola acelera para 9 por cento este ano

A consultora Fitch Solutions estima que o crescimento dos empréstimos bancários em Angola acelere para 9 por cento este ano, depois de uma expansão de 5,5 por cento em 2021, mas deverá abrandar para 8 por cento no próximo ano.

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"Prevemos que os empréstimos a clientes cresçam 9 por cento este ano face ao homólogo, uma subida relativamente aos 5,5 por cento de 2021, devido à maior confiança dos consumidores e dos empresários", escrevem os analistas desta consultora detida pelos mesmos donos da agência de notação financeira Fitch Ratings.

No comentário, enviado aos investidores e a que a Lusa teve acesso, a Fitch Solutions diz que "em 2023, o crescimento dos empréstimos bancários deverá desacelerar para 8 por cento face ao ano anterior devido aos ventos contrários no sector petrolífero nacional", o que fará com que o capital dos bancos e a rentabilidade enfraqueça em 2023.

De acordo com os dados do Banco Nacional de Angola (BNA), o crescimento do crédito acelerou para 14,8 por cento em Setembro face ao mesmo mês do ano anterior, quando em setembro de 2021 tinha subido 0,5 por cento face a Setembro de 2020.

"Isto reflecte a melhoria nas condições macroeconómicas, com o PIB a acelerar de um crescimento de 2,8 por cento no primeiro trimestre deste ano face ao homólogo, para 3,6 por cento no segundo trimestre, e antevemos uma nova aceleração no terceiro e quarto trimestres deste ano", acrescenta a Fitch Solutions.

Ainda assim, salienta, "o crescimento do crédito no próximo ano vai estar acima da média histórica de 7,7 por cento entre 2012 e 2021, devido ao facto de a inflação anual média continuar a abrandar, para 14 por cento em 2023, e o BNA deverá manter a sua posição monetária, cortando as taxas em 200 pontos-base, para 17 por cento em 2023".

Isto, conclui, deverá fazer com que o capital dos bancos enfraqueça em 2023.

"O sector bancário angolano tem uma elevada exposição à moeda externa, que entre 2011 e 2021 representou 33,6 por cento do total dos activos; como esperamos que o kwanza se vá depreciar 7,3 por cento no próximo ano, para 499 kwanzas por dólar devido à descida do preço do petróleo, o capital dos bancos será afectado", mas manterá os níveis de solvabilidade mínimos, acima de 10 por cento, considera.

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