"Nós gastamos anualmente cerca de 791 milhões de dólares a importar esses alimentos", começou por dizer o responsável.
Em declarações à Rádio Nacional de Angola (RNA), Anderson Jerónimo adiantou que no ano passado os gastos com importação de arroz e trigo superaram os 200 e 300 milhões de dólares, respectivamente: "Em 2021, nós tivemos um custo do arroz, importação em dólares de 263 milhões de dólares, o trigo 305 milhões de dólares".
Assim, com o objectivo de contrariar esse cenário, o Governo decidiu avançar com a execução de um programa de fomento à produção de grãos, designada de Plano Nacional de Fomento à Produção de Grãos (PLANAGRÃO). De acordo com o responsável, a iniciativa está avaliada em 5,9 mil milhões de dólares e será implementada em cinco anos, constando entre os seus propósitos o rumo à auto-suficiência e colocar um travão nas importações.
"O plano tem um valor de cerca de 5,9 mil milhões de dólares para ser implementado em cinco anos", disse, citado pela RNA.
Acrescentou ainda que o plano terá uma componente pública e uma privada. "Quarenta por cento vão ser acções de âmbito público, estou a falar de infra-estruturas, vias de investigação, e vai ter uma componente completamente privada, 60 por cento via BDA que vai ser para financiar os produtores", referiu, em declarações à RNA.
Também em declarações à RNA, José Sicato, consultor do gabinete do secretário de Estado do Comércio, elogiou a iniciativa. "O PLANAGRÃO em primeiro lugar deve ser parabenizado, é uma iniciativa bastante oportuna do Executivo angolano. Ele deve na realidade produzir para o mercado, a função da Reserva Estratégica Alimentar é comprar o excedente da produção porque é um mecanismo de estabilização da oferta, se existir desequilíbrio entre a oferta e a procura ela vai intervir, mas ela tem que deixar o mercado funcionar para que a oferta esteja disponível ao mercado", indicou.
O programa foi igualmente aplaudido pelo empresário Alfeu Vinevala, que, citado pela RNA, considerou que o país está no "bom caminho". "Eu diria que estamos no bom caminho, porque o nosso país tem todas as condições para" fazermos "aquilo que é possível e temos condições de produzir até sustentar os nossos vizinhos",