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Namibe: pescadores dizem estar legais e que actividade é fiscalizada

Pescadores industriais alegaram que a sua actividade na costa do país “é legal, inclusive a pesca por arrasto no Namibe”, manifestando-se “preocupados” com as declarações do governador local, que “pode perigar” a integridade dos marítimos.

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Para o presidente da Associação da Pesca Artesanal, Semi Industrial e Industrial de Luanda (APASIL), Manuel Azevedo, as recentes declarações do governador do Namibe, sobre as embarcações que realizam a actividade de arrasto "são preocupantes".

O governador da província do Namibe, Archer Mangueira, defendeu, no Sábado passado, a necessidade da criação de um complexo de apoio à pesca artesanal na província, e maior fiscalização da actividade pesqueira na região visando travar "conflitos permanentes nas zonas reservadas à pesca semi-industrial e artesanal".

O governante, citado pela Angop falou em "constantes violações das embarcações industriais de arrasto", quando apresentava um memorando sobre a província, no âmbito da visita que o Presidente João Lourenço efectuou àquela região no Sábado e Domingo.

No final de uma conferência de imprensa, que "contestou" as declarações de Archer Mangueira, o líder da APASIL reafirmou à Lusa que "tanto as embarcações como as empresas que operam na região são legais".

"E todas as operações que realizam a nível da baia de Moçâmedes (capital da província do Namibe) são operações conexas, autorizadas também pelo Ministério da Agricultura e Pescas, todas elas são fiscalizadas", notou.

O presidente da APASIL, que detém 90 por cento de associados com embarcações que operam na zona norte, centro e sul de Angola, negou igualmente a propalada escassez de pescado, receando "algum linchamento dos seus associados" por alegada pesca ilegal por arrasto.

Questionado se há ou não peixe, realçou que os associados "têm capturado", mas mostrou-se preocupado quanto à reacção dos cidadãos: "ficamos, preocupados que um cidadão qualquer poderá linchar os nossos barcos dizendo que são ilegais".

"É a preocupação dos nossos associados, por isso convocamos rapidamente esta conferência de imprensa para dizer que é preciso diferenciar o joio do trigo", apontou.

A APASIL, constituída há dois anos, controla 70 cooperativas de pesca artesanal, 20 associados da pesca semi-industrial e 52 empresas que operam na pesca industrial.
O responsável considera que onde há uma pesca legal "é óbvio que poderá acontecer uma pesca ilegal", mas, observou, "os legais é que ficam preocupados porque na hora de começar a tomar medidas, tomam sempre medidas sobre os legais".

"Então, foi a preocupação dos nossos associados desse segmento que nos contactaram para esclarecer que as embarcações que realizam actividade de arrasto no Namibe, os associados da APASIL, são legais, foram licenciados pelo Ministério da Agricultura e Pescas", disse hoje em entrevista à Lusa.

"A nível da pesca artesanal e a pesca semi industrial a nossa jurisdição é só Luanda, já a nível da pesca industrial a nossa jurisdição é de Cabinda ao Namibe", explicou Manuel Azevedo.

A pesca industrial "representa 60 por cento das capturas para o mercado nacional e não só. Há um outro sinal que muitos defendem que é preciso ter infraestruturas em terra, mas uma embarcação também é uma infraestrutura flutuante que também emprega", concluiu o líder da APASIL.

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