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Saúde

Gulbenkian investe 600 mil euros em investigação em saúde em três países, entre os quais Angola

A Fundação Gulbenkian anunciou esta Segunda-feira um investimento de 600 mil euros em quatro projectos de investigação em saúde nas áreas do cancro, malária e VIH, em Angola, Cabo Verde e Guiné-Bissau.

: Investigadora Cláudia Fançony (Foto: Sofia Ascenso)
Investigadora Cláudia Fançony (Foto: Sofia Ascenso)  

Em comunicado, a fundação, sediada em Lisboa, explica que os quatro projectos - dois em Angola e um em cada um dos outros países, foram seleccionados por um júri internacional, tendo em conta critérios como a relevância, a originalidade, a qualidade da proposta apresentada e o impacto previsível no desenvolvimento de capacidades pessoais do candidato e da instituição.

Os projectos foram os vencedores do programa Envolve Ciência PALOP, iniciativa da Fundação Calouste Gulbenkian que teve como objectivo apoiar o desenvolvimento de carreiras científicas em ciências da saúde de jovens investigadores dos PALOP, na consolidação das suas carreiras científicas nos países de origem, reforçando os sistemas científicos, acrescenta a organização.

Segundo a página electrónica da Gulbenkian, o programa Envolve Ciência PALOP decorre em duas etapas: na primeira os investigadores seleccionados frequentam estágios de oito meses em instituições de acolhimento em Portugal; na segunda desenvolvem um projecto de investigação num dos países africanos de língua portuguesa (PALOP).

Durante os estágios da primeira fase, os investigadores apresentam a sua proposta de Projecto de Investigação em Saúde que é avaliada por um júri internacional e as melhores propostas recebem um apoio para o seu desenvolvimento numa instituição dos PALOP, durante um período de três anos.

Em Cabo Verde, a investigadora Pamela Borges vai desenvolver um projecto iniciado no Instituto Português de Oncologia do Porto, e que será realizado no Hospital Central da Praia Dr. Agostinho Neto, de caracterização clínica, fenótipa e genética do cancro da mama das mulheres cabo-verdianas, no sentido de ajudar os médicos a encontrarem a terapêutica mais eficiente.

A investigadora Cláudia Fançony, que estagiou no Instituto de Investigação em Ciências da Vida e da Saúde, da Universidade Minho, vai desenvolver no Instituto Nacional de Investigação em Saúde/Centro de Investigação em Saúde de Angola um projecto que vai explorar as forças opostas que dois fármacos exercem num único alvo do parasita da malária.

Também em Angola, o investigador Cruz Sebastião, que esteve no Instituto de Higiene e Medicina Tropical da Universidade Nova de Lisboa, vai explorar os padrões de transmissão e disseminação do VIH, assim como perceber a emergência de mutações de resistência, o impacto nos esquemas de tratamento anti-retroviral e o custo relacionado com o tratamento de pacientes com resistência aos anti-retrovirais no país.

O outro projecto vencedor será implementado no Projecto Saúde de Bandim, na Guiné-Bissau, e é liderado por Viriato M'bana, que fez estágio no Instituto de Medicina Molecular. O investigador quer perceber como é que a malária leva ao aparecimento do cancro, nomeadamente do linfoma de Burkitt, um cancro pediátrico comum nas zonas endémicas da malária.

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