Segundo a vice-presidente para a Comunicação e Marketing da Convergência Ampla de Salvação de Angola - Coligação Eleitoral (CASA-CE), Cesinanda Xavier, a sua coligação e os angolanos precisam de uma explicação sobre a morte do jovem manifestante.
"Todos nós queremos saber a razão do porquê da morte deste cidadão. Uma morte é sempre uma morte, e não se deve enveredar pela violência gratuita, porque os cidadãos estavam indefesos e a polícia vai armada", afirmou esta Sexta-feira em entrevista à Lusa.
Para Cesinanda Xavier, "não há necessidade do uso de uma força extrema a ponto de se retirar uma vida e sobretudo uma vida jovem".
"Porque os jovens são os precursores da mudança", disse, considerando que "não há necessidade de se reprimir quem reclama o seu direito".
"A polícia deve oferecer segurança e ter uma acção pedagógica", adiantou.
Polícia e activistas divergem quanto às causas da morte do jovem, um estudante universitário de 26 anos, com manifestantes a afirmar que ele foi baleado na cabeça, tendo morte imediata, enquanto as forças policiais negam ter usado balas e um responsável hospitalar afirmou que o homem deu entrada no hospital ainda vivo, com sinais de ter sofrido um traumatismo craniano por um "objecto contundente", mas viria a morrer após uma intervenção cirúrgica.
Cesinanda Xavier, também vice-presidente do grupo parlamentar da CASA-CE, disse ainda que todas essas manifestações e toda a condição de degradação social, económica e política do país "devem carecer de resolução imediata do executivo angolano".
"Partimos do princípio de que as manifestações são um direito dos cidadãos e face à degradação social no ponto em que encontra, é natural que as pessoas se queiram manifestar como pressão para que o executivo melhore as condições de vida dos cidadãos, sobretudo dos jovens", rematou a deputada.
A manifestação, promovida pelos mesmos organizadores que já tinham visto um protesto reprimido pela polícia no mês passado, pretendia reclamar melhores condições de vida e a realização das primeiras eleições autárquicas em 2021, depois de terem sido adiadas este ano devido à covid-19.