João Lourenço, que falava esta Quarta-feira aos jornalistas, em Luanda, após inaugurar o Hotel Continental Luanda Miramar, infra-estrutura recentemente recuperada pela Procuradoria-Geral da República (PGR), confirmou que a mesma foi construída com recursos da petrolífera Sonangol.
"No caso concreto desta unidade, todo o investimento foi feito por uma empresa pública, a Sonangol, e como resultado da acção da PGR a propriedade acaba por regressar a quem realmente fez a totalidade do investimento", afirmou João Lourenço, quando questionado pelos jornalistas.
Segundo a PGR, a infra-estrutura estava ligada ao ex-vice-Presidente, Manuel Vicente, que também presidiu o Conselho de Administração da estatal Sonangol, na era de José Eduardo dos Santos.
O nacionalizado Hotel Continental Luanda Miramar, gerido pela Intercontinental Hotel Group - cadeia mundial de hotéis - foi inaugurado pelo Presidente no âmbito das celebrações dos 45 anos de independência do país.
João Lourenço acredita que a unidade hoteleira, que tem 377 quartos distribuídos em 24 andares e deve gerar cerca de 900 empregos directos e indirectos, "será um sucesso" e trará "ganhos para o investimento privado, o turismo e o bom nome do país".
"Somos um país que ultimamente tem trabalhado no sentido de atrair o investimento estrangeiro, bem como o turismo. O nosso país tem grandes potencialidades para desenvolver o turismo e faltava-nos esse tipo de hotel e acreditamos no seu sucesso", notou.
O Presidente admitiu que Angola "não tem um número suficiente de hotéis e talvez não tão bem distribuídos pelo território nacional".
Precisamos de outros hotéis, de outros níveis que o país tem, de outros investidores, acreditamos que a hotelaria vai ganhar e teremos ganhos para o país", concluiu.
Em declarações à rádio pública, um dos administradores da base logística da Sonangol, Sonils, disse que o Estado investiu 600 milhões de dólares na unidade hoteleira.