A previsão foi feita com base no trabalho até aqui desenvolvido. Joaquim Fernandes indicou que entre Fevereiro e Agosto deste ano foi feito um trabalho de desminagem do terreno onde vai ser implementada a refinaria: foram desminados os 3.150.100 metros quadrados do terreno. Esta operação, que custou mais de 53 milhões de kwanzas, resultou na remoção de oito engenhos explosivos não detonados, três minas anti-pessoais, sete munições e 5318 metais.
Citado pela Angop, o administrador executivo da Sonangol explicou que o projecto de construção da refinaria vai ser dividido em três fases. A primeira, que já está em curso, diz respeito à preparação dos 313 hectares de terreno e a segunda e terceira fases vão permitir à refinaria transformar-se numa estrutura de conversão total de petróleo.
Nesta primeira fase, onde estão a ser investidos 220 milhões de dólares, a refinaria vai conseguir produzir cerca de 30 mil barris por dia, através de um tratamento de querosene e da utilização de infra-estruturas complementares, que incluem um sistema de ancoragem de bóia convencional, oleodutos e um armazém com capacidade para albergar mais de 1,2 milhões de barris.
Já as outras duas fases vão permitir à refinaria duplicar a sua produção diária e instalar um novo reformador catalítico, um hidrotratador e uma unidade de craqueamento catalítico.
A última fase do projecto está prevista acontecer em 2024/2025 e está relacionada com a melhoria das especificações e qualidade dos produtos, permitindo assim o cumprimento das normativas ambientais relacionadas com a menor emissão de carbono.
Reginal Crawford, presidente da Comissão do Conselho de Gestão da Refinaria de Cabinda, aproveitou a ocasião para revelar que já foram contratados os prestadores de serviços que vão desenvolver o projecto e que até ao final de Dezembro será terminado o desenho da refinaria.
Estima-se que no início do próximo ano já haja condições para avançar com a encomenda dos equipamentos e que em Junho seja iniciada a construção da refinaria, completou.
Já Marcos Nhunga, também citado pela Angop, admitiu que a refinaria vai ser uma oportunidade para mitigar o desemprego, uma vez que as previsões apontam para a criação de cerca de 2000 novos postos de trabalho no primeiro trimestre de 2022.
O projecto, avaliado em 920 milhões de dólares, resulta de um investimento da Sonangol e da empresa Grupo de Comércio de Investimento em Mercados Emergentes (Gemcorp). A refinaria vai ser instalada na planície de Malembo, a cerca de 30 quilómetros norte da cidade de Cabinda.