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Universidade Agostinho Neto abre leitorado de português em Janeiro

A Universidade Agostinho Neto (UAN), em Luanda, vai abrir, em Janeiro de 2021, um leitorado de português, resultado de um protocolo assinado esta Quarta-feira com o Camões - Instituto da Cooperação e da Língua e que vai vigorar durante três anos. Os leitorados surgiram na década de 20 do século passado, quando o termo "leitor" passou a ser usado para designar o professor de língua e cultura do seu país numa universidade estrangeira.

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O embaixador de Portugal em Luanda, Pedro Pessoa e Costa, destacou na ocasião que esta é uma acção "muito relevante" para a promoção da língua e cultura portuguesas, salientando que nos países onde Portugal tem o estatuto de segunda língua, os leitores desempenham também um papel na formação de formadores de Português.

O protocolo "assinado com uma das instituições de referência em Angola", e a única que disponibiliza mestrados em Língua e Literatura Portuguesa e Ensino da Língua Portuguesa, tem a duração de três anos que se esperam venham a ser renovados, sublinhou o diplomata.

"Esta parceria tem um enorme potencial para qualificação da sua oferta em língua e cultura portuguesas", reforçou Pedro Pessoa e Costa, apontando a importância desta língua, a primeira mais falada no hemisfério sul e a quinta no mundo, com "uma procura cada vez maior".

O reitor da UAN, Pedro Magalhães, salientou que a criação do leitorado sinaliza a reaproximação da cultura dos dois povos, bem como o compromisso do Estado em valorizar esta língua e disse esperar que o leitorado "sirva de plataforma para melhorar a língua e o ensino do português em Angola".

A colocação de um leitor de português nesta instituição de ensino será também "um contributo para a afirmação do português como língua da ciência", continuou exprimindo ainda a esperança de um futuro apoio do Camões para a criação de uma cátedra em áreas multidisciplinares, como por exemplo os estudos pós-coloniais.

Sobre o Acordo Ortográfico, considerou que a sua ratificação por parte de Angola será "inevitável" e que seria necessário dar início a uma discussão interna sobre o tema, que considerou estar envolto em preconceito.

O Camões assegura o ensino da língua e cultura portuguesas através da sua rede de leitorados em cooperação com instituições de ensino superior e organizações internacionais.

Os leitorados são uma das modalidades de cooperação mais antigas, tendo surgido na década de 20 do século passado, quando o termo "Leitor" passou a ser usado para designar o professor de língua e cultura do seu país numa universidade estrangeira.

Em Angola, existia já um leitorado em Benguela, integrado na Universidade Katayvala Bwila, e regressa agora à Universidade Agostinho Neto, onde existiu entre 1992 e 2014.

Ao abrigo do protocolo, o Camões irá colocar o leitor e assumir estes encargos financeiros, bem como a concessão de apoio bibliográfico e material, enquanto a UAN será responsável por promover os estudos portugueses, organizar conferências, atribuir actividade lectiva, alojamento e um espaço de trabalho ao leitor e divulgar e dar visibilidade ao apoio concedido.

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