A ministra das Finanças discursava numa webinar organizada pela Câmara de Comércio e Indústria Angola-Emirados Árabes Unidos (CACIANGEAU) sob o lema "Expanda o seu negócio para Angola".
Perante o interesse específico dos investidores privados árabes em trazerem para Angola a sua capacidade de investimento e de geração de emprego, a governante disse que a base fundamental para a negociação e assinatura do Acordo de Dupla Tributação (ADT), entre os dois Governos, foi o aumento do investimento estrangeiro, que, para além do consequente incremento na receita a médio-longo prazo, poderá trazer benefícios, como o crescimento da economia, transferência de conhecimento e de competências, construção de infra-estruturas, aumento do emprego e do nível de vida das populações.
Segundo Vera Daves de Sousa, citada pelo portal do Ministério das Finanças, a evolução recente do ambiente de negócios em Angola, relativamente à modernização do quadro legal aplicável ao investimento privado e as medidas de moralização e combate à corrupção, geraram para o país, em 2019, um saldo na ordem dos 750 milhões de dólares, "além da aposta contínua na melhoria das infra-estruturas e de redução de custos de contexto".
Os minerais e minérios estão na categoria de bens que Angola mais exporta para os EAU. De acordo com a responsável, o Acordo de Dupla Tributação negociado entre os dois países pode melhorar de forma muito significativa tanto as relações comerciais como o investimento directo privado.
"Outra via pela qual esperamos poder contar com o envolvimento dos empresários dos EAU é o investimento de carteira. Estamos a preparar um conjunto de empresas, algumas detidas directamente pelo Estado, banca, diamantes e petróleo, para a abertura do seu capital na nossa Bolsa de Valores", frisou.
Vera Daves realçou também a participação da operadora internacional DP World Limited no concurso para a concessão da gestão do Terminal Multiusos do Porto de Luanda. "Essas são verdadeiras referências para o tipo de investimento privado que queremos e estamos a tentar dinamizar", disse.
Recorde-se que os governos de Angola e dos Emirados Árabes Unidos (EAU) ratificaram, em Agosto deste ano, a convenção para evitar a dupla tributação e a evasão fiscal, que visa impedir que os empresários paguem impostos nos dois países e fujam ao fisco.
A Câmara de Comércio e Indústria Angola-EAU é uma organização que se dedica exclusivamente à promoção de investimentos e ao desenvolvimento das trocas comerciais entre ambos países.