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NKC African Economics: inflação sobe 22,4 por cento e kwanza deve cair 60 por cento este ano

A consultora NKC African Economics reviu esta Terça-feira a estimativa de evolução da inflação em Angola, antevendo uma subida de 22,4 por cento nos preços e uma depreciação de 60 por cento do kwanza este ano.

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"A moeda nacional permanece vulnerável às mudanças no sentimento global e deverá depreciar-se em mais de 60 por cento em 2020 comparado com o ano passado, o que vai continuar a colocar pressão os preços do consumidor, devido à forte dependência de Angola dos bens importados", escrevem os analistas desta filial africana da britânica Oxford Economics.

Num comentário à evolução inflação em Angola, enviada aos clientes e a que a Lusa teve acesso, os analistas escrevem que "a implementação gradual de um IVA de 14 por cento, bem como os antecipados aumentos nas propinas para a educação superior, vão continuar a pressionar a inflação em 2021".

Assim, os analistas dizem agora esperar uma inflação média de 22,4 por cento este ano, agravando-se face aos 17,1 por cento registados no ano passado, e prevendo que abrande o crescimento para 20 por cento no próximo ano.

Os preços em Angola aumentaram 1,81 por cento entre Setembro e Outubro, segundo um relatório mensal do Instituto Nacional de Estatística (INE), colocando a inflação acumulada a 12 meses no valor mais alto desde Dezembro de 2017.

"Apesar das más condições económicas, a inflação continuou a subir em 2020, principalmente devido à queda no preço do petróleo este ano e à liberalização cambial do ano passado, que fez com que o kwanza tenha perdido 25 por cento do seu valor desde o início do ano", apontam os analistas, lembrando que em média, em Outubro, foram precisos 645 kwanzas para comprar um dólar, "o pior registo cambial de sempre".

Na proposta do Orçamento Geral do Estado para 2021, Luanda estima uma taxa de inflação acumulada anual de 18,27 por cento para o próximo ano.

No início de Setembro, a agência de 'rating' Fitch previu uma recessão de 4 por cento em Angola e uma subida da inflação para 24 por cento durante este ano.

"A contracção no sector petrolífero, combinada com a falta de liquidez em dólares, vai manter Angola no quinto ano consecutivo de recessão, com uma contracção de 4 por cento e uma aceleração da inflação para 24 por cento este ano, bem acima da média dos países com nota B, de 4,8 por cento", afirmou então a agência, acrescentando que a economia angolana "continua a ser limitada pelo alto nível de dependência de matérias-primas".

Devido à pandemia de covid-19, verificou-se uma redução do preço do barril de petróleo, o que levou a que os Estados-membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus parceiros reduzissem a produção, de modo a equilibrarem o preço do barril de petróleo.

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