Ver Angola

Banca e Seguros

BPC vai deixar de ser o único banco a pagar pensões

O Banco de Poupança e Crédito (BPC), a maior entidade bancária de capitais totalmente públicos, vai deixar de ser o único banco a pagar pensões, para “reduzir a pressão” sobre esta instituição bancária em reestruturação, foi anunciado esta Sexta-feira.

:

O anúncio foi feito esta Sexta-feira pelo governador do Banco Nacional de Angola (BNA), José de Lima Massano, prometendo que o pagamento de pensões "será desconcentrado" através do Instituto Nacional de Segurança Social (INSS) que passou a ser membro do Sistema de Pagamentos de Angola.

"E, por isso, vai poder (o INSS), tão logo tenha as condições operacionais para o efeito, fazer este acerto e, em função das solicitações dos pensionistas, eles passarem a receber o que lhes é devido no banco da sua escolha", disse.

"E retiramos essa pressão que já vinha do passado e que se agrava com o programa de reestruturação do BPC", apontou.

O governador do BNA respondia esta Sexta-feira no parlamento às preocupações dos deputados durante a discussão e votação na generalidade da proposta de Lei do Regime de Actividades das Instituições Financeiras.

A instituição bancária regista, quase diariamente, enchentes no interior e à entrada dos balcões, espalhados pelo país, onde os pensionistas acorrem em busca dos seus rendimentos.

Para José de Lima Massano, "não faz sentido termos o pagamento de pensões num único banco".

"Portanto, os pensionistas têm de ter o direito de escolherem os bancos onde querem receber as suas pensões", defendeu.

O Banco de Poupança e Crédito, agora presidido por André Lopes, está em processo de reestruturação. Recentemente encerrou várias agências, sobretudo em Luanda, e despediu vários colaboradores.

Em relação ao encerramento de agências e afastamento de colaboradores, Massano disse aos deputados que para todo o processo de reestruturação do BPC há equipas específicas criadas a tratarem do assunto.

O BPC possui uma enorme carteira de crédito malparado e tem sido recapitalizado pelo Estado.

Segundo o governador do banco central, o crédito em situação irregular no país é uma preocupação, dando conta que neste momento cerca de 21 por cento do crédito concedido à economia encontra-se em situação irregular.

"E é 21 por cento, porque parte significativa deste crédito foi transferida para a Recredit [entidade criada para recuperar créditos]. Há muito crédito que infelizmente não foi até agora pago, não foi regularizado e claro que isso depois causa dificuldade na concessão de mais crédito à economia", lamentou Massano.

Quanto aos pressupostos da Lei do Regime de Actividades das Instituições Financeiras, aprovada esta Sexta-feira com 153 votos a favor, nenhum contra e seis abstenções, o responsável assegurou que a mesma "não abre espaço para concentração ou conluio entre bancos".

Relacionado

Permita anúncios no nosso site

×

Parece que está a utilizar um bloqueador de anúncios
Utilizamos a publicidade para podermos oferecer-lhe notícias diariamente.