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Adalberto da Costa Júnior, o presidente “de todos os que têm a UNITA no coração”

O novo presidente da UNITA, Adalberto da Costa Júnior, declarou-se, em Luanda, “presidente de todos os que têm a UNITA no coração” e mostrou-se preocupado com o agravamento da pobreza e da crise em Angola.

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Adalberto da Costa Júnior conquistou 50 por cento mais um dos votos, conforme previsto nos estatutos da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), num universo de 960 eleitores segundo uma fonte partidária.

Falando perto das 22h00, já depois dos discursos do presidente cessante, Isaías Samakuva e dos quatro candidatos derrotados, o novo líder do partido do “Galo Negro” deixou uma mensagem de união para o partido e apontou alguns “combates” para o futuro.

“Sem a revisão da Constituição, a despartidarização do aparelho do Estado, uma justiça isenta e um regulador do sistema financeiro independente do executivo, o país não terá condições de se desenvolver”, declarou Adalberto da Costa Júnior no discurso da vitória, fortemente aplaudido e em ambiente de festa.

“Não basta mudar o Presidente [de Angola] sem mudar as más práticas, sem abraçar a transparência”, insistiu, afirmando ser este o objectivo de melhorar a vida de todos os angolanos.

Mostrando preocupação com o agravamento da pobreza e da crise, e o desinteresse da comunidade internacional pela situação em Angola, o recém-eleito líder criticou também o não pagamento de pensões a combatentes e viúvas que elegeu como “um dos principais combates”.

Adalberto da Costa Júnior deixou clara igualmente a necessidade de realizar eleições autárquicas em simultâneo em todo o país em 2020 e prosseguir em direcção à alternância do poder político em 2022, quando se realizam eleições gerais.

O novo presidente da UNITA centrou-se ainda numa mensagem de união para o partido, tal como os seus adversários. “A campanha terminou”, proclamou, salientando que “as diferenças eram de método e programáticas”, já que em termos ideológicos todos são fiéis ao projeto de Muangai, um conjunto de princípios estabelecido na fundação do partido por Jonas Savimbi.

Adalberto da Costa Júnior enalteceu ainda o papel de Savimbi, “um dos filhos mais insignes de África”, na construção desta obra e agradeceu também ao líder cessante, Isaías Samakuva, que conduziu “com firmeza” a UNITA que cresceu nos últimos 16 anos.

Os agradecimentos estenderam-se aos congressistas que votaram em Adalberto da Costa Júnior, bem como aos que votaram nos adversários e que mostraram, desta forma, “a pluralidade das opções” e estendeu um abraço fraterno aos restantes dirigentes que disputaram a presidência da UNITA.

Destacando que “a paz e a democracia são um compromisso” do partido, Adalberto da Costa Júnior frisou que é preciso que “a UNITA seja cada mais presente na vida de todos os angolanos” e declarou que pretende ser “uma ponte” entre a sabedoria dos mais velhos e a irreverência dos mais jovens.

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