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BPI diz que não vai “vender mal” o BFA mas que não há novidades

O presidente do BPI disse que ainda não há novidades sobre a venda do Banco de Fomento de Angola (BFA), mas que o banco não vai vender mal, esperando por condições “boas e correctas” para o fazer.

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“Não temos nenhuma novidade, não aconteceu nada. O mais importante é o banco BFA continuar a correr bem”, disse Pablo Forero, na apresentação de resultados do BPI até Setembro (lucros de 253,6 milhões de euros, menos 52 por cento face aos 529,1 milhões de euros alcançados no mesmo período de 2018), em Lisboa.

Segundo o gestor espanhol, “vender mal é fácil”, mas o BPI quer garantir que vai reduzir a participação no BFA quando lhe for positivo.

“Não vamos vender mal, vamos vender quando as condições forem boas e correctas”, disse, sem dar uma indicação de quando poderá acontecer, reforçado que o BPI não tem um prazo para o fazer.

O BPI tem 48,1 por cento do BFA desde o início de 2017, quando vendeu 2 por cento do banco à operadora Unitel (controlada por Isabel dos Santos) por imposição do Banco Central Europeu (BCE), que considera que a supervisão angolana não é equivalente à europeia.

Contudo, desde então mantém-se a recomendação de Frankfurt para o BPI continuar a diminuição da exposição a Angola.

No início de 2018, depois de Isabel dos Santos ter expressado publicamente da intenção de vender em bolsa parte do BFA, o BPI admitiu vender parte das acções numa eventual operação em bolsa caso a Unitel avançasse com a operação. Contudo, não aconteceu.

A 31 de Outubro, na apresentação de resultados do CaixaBank (dono do BPI, que teve lucros de 1266 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano, uma redução de 28,4 por cento em relação ao mesmo período de 2018), o presidente executivo, Gonzalo Gortázar, também referiu que não havia qualquer novidade sobre o BFA.

Afirmou ainda Gortázar que o BPI vai continuar a cooperar na gestão do BFA, mesmo que se altere a estrutura accionista da Unitel. É conhecido que a empresa brasileira de telecomunicações Oi pretende vender a sua participação de 25 por cento na Unitel, maior operadora de Angola, até ao fim do ano.

O BPI anunciou lucros de 253,6 milhões de euros nos primeiros nove meses deste ano, uma diminuição de 52 por cento face aos 529,1 milhões de euros alcançados no mesmo período de 2018, que o banco justifica com o facto de em 2018 ter feito ganhos extraordinários com a venda de participações.

Segundo a instituição liderada por Pablo Forero e totalmente detida pelo espanhol CaixaBank, a operação em Portugal contribuiu para os resultados dos três primeiros trimestres do ano com um lucro de 152,8 milhões de euros, uma diminuição de 7 por cento face ao registado no mesmo período do ano passado.

Já o contributo do BFA foi de 86,4 milhões de euros, que inclui os dividendos líquidos relativos ao exercício de 2018, atribuídos ao BPI, e uma reversão de impostos diferidos passivos no valor de 51 milhões de euros.

Forero explicou que os 51 milhões de euros de reversão de impostos tem que ver com uma contabilização prudencial que o banco tinha de lado para eventual pagamento de impostos em Angola, mas que os auditores consideram que já não é necessária, pelo que foi revertida, com impacto positivo no contributo do BFA para as contas do BPI dos primeiros nove meses deste ano.

Já o BCI [Banco Comercial e de Investimentos] de Moçambique, no qual o BPI detém uma participação de 37,67 por cento, "gerou um contributo positivo de 14,5 milhões de euros nos nove primeiros meses de 2019", segundo o comunicado do BPI.

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