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Auditores Internos defendem auditoria “sólida e regular” para “moralizar” a sociedade

O Instituto dos Auditores Internos de Angola (IIA Angola) considerou que a fraude e a corrupção "agravaram" a actual crise económica, financeira e cambial que o país vive, defendendo uma "base forte" de auditoria para "moralizar" a sociedade.

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Segundo o presidente da IIA Angola, Ladislau Ventura, que falava aos jornalistas à margem da Conferência Anual de Auditoria, é "imprescindível" a correcção de "condutas incorrectas", sobretudo a nível corporativo, sendo esta uma tarefa também dos auditores internos.

"Sabemos que vivemos numa situação ainda de crise, lembramo-nos bem de como a crise mundial começou. Em 2008, dizia-se que não afectaria Angola. Mas entre os vários factores que originaram a crise, a fraude e corrupção são assim os mais relevantes", disse.

Para o dirigente associativo, a intervenção de auditores internos no combate às "más práticas" deve ser "regular e actuante", pois, observou, a moralização da sociedade corporativa "também deve ser evidenciada por esses especialistas".

"Notamos que as nossas responsabilidades, como auditores internos, perante este esforço de moralização cresceram. São maiores e este é um espaço também de concertação sobre os instrumentos que fazem parte das normas para melhor servirem as organizações", realçou.

"Auditoria Interna - 3.ª Linha de Defesa contra a Fraude e Corrupção" foi o lema da conferência, organizada pelo Instituto dos Auditores Internos de Angola (IIA Angola), e que decorreu no auditório do Palácio da Justiça, em Luanda.

"Temos de proteger e aumentar o valor estratégico das organizações, proteger os activos, a cultura organizacional e isso é o grande valor que a auditoria interna tem, fornecendo também avaliações, assessorias e conhecimento na base dos riscos que se levantam", indicou.

De acordo com Ladislau Ventura, é necessário "que se enraíze nas instituições" do país a "cultura dos comités de auditoria, de riscos e de 'compliance'", tal como acontece nas instituições financeiras internas, "onde há um grau de maior notoriedade".

"Na função pública já há menos, portanto, não existe uma lei sobre auditoria interna, pelo que, embora muitas instituições tenham um organigrama, funcionam, mas também com um grau de maturidade a necessitar de um certo aprimoramento", concluiu.

Por sua vez, o presidente da Federação Africana dos Institutos de Auditores Internos (AFIIA), Eric Yankah, considerou que os auditores internos angolanos "devem ser parceiros no Estado no combate à corrupção e más práticas de gestão".

Eric Yankah recorda que Angola é membro de pleno direito de associações africanas de auditoria e "tem todas as ferramentas" para o apoio dos seus auditores nas acções de combate à fraude, corrupção e demais práticas.

"O auditor interno deve ser parte da organização e deve ter uma observação sobre o que está a acontecer, rever as práticas contemporâneas. Nós, como auditores internos, temos uma família global, uma rede global", concluiu.

"Expandir os Limites da Auditoria Interna para Proteger a Instituição" e "Ferramentas Informáticas de Apoio à Auditoria Interna" foram outros temas discutidos no encontro pelos membros da IIA Angola e convidados.

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