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“Operação Resgate” trava exercício ilegal de mais de 2000 taxistas em Luanda

O presidente da Associação Nova Aliança dos Taxistas de Angola (ANATA), Geraldo Wanga, disse, em declarações à Lusa, em Luanda, que a "Operação Resgate" "desempregou" mais de 2000 taxistas que exerciam a actividade "à margem da lei".

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"Concretamente, estima-se que, a nível da província de Luanda, mais de 2000 viaturas estão sem autorização para o exercício da actividade e isso é preocupante, porque se trata de um número elevado dos que não têm a documentação exigida para o trabalho" disse.

Numa altura em que passageiros se queixam da redução desses transportes colectivos em Luanda, que tem como consequência as enchentes nas paragens, Wanga refere que tal situação "é notória", porque muitos operavam por "influência dos proprietários" das viaturas, sem qualquer habilitação.

A "Operação Resgate", que teve início na terça-feira em Angola, tem, segundo as autoridades, como o propósito o combate à venda ambulante desordenada e às transgressões administrativas, bem como ordenar a circulação rodoviária, entre outros.

Segundo o presidente da ANATA, havia muitos carros que circulavam "de forma desleal", porque os proprietários das viaturas são "entidades públicas e que, por conta disso, faziam-se valer".

"Passavam o passe da instituição em que trabalham ao condutor e o mesmo exercia a actividade exibindo apenas aquele passe em substituição da licença de aluguer e a taxa de circulação. Esses não estão a ser poupados pela operação, daí o nosso bem-haja", atirou.

Porque, salientou, a operação tem a particularidade de "tratar todos de forma igual", fiscalizando o exercício, pelo que quem tiver documentos "não será importunado". "Estamos a ver é que os poucos que estão a trabalhar é porque estão legais", sublinhou.

O líder da Associação, que controla a nível de Angola cerca de 24.000 associados, 18.000 dos quais só na capital do país, referiu ainda que "não faltaram apelos" aos taxistas agora "inabilitados" a exercer a actividade sobre a necessidade de se pautarem pela legalidade. "Infelizmente, aqueles que não seguiram os nossos conselhos estão a ver-se impedidos de exercer a actividade", adiantou.

Apesar da "pouca divulgação" sobre a razão da operação, Geraldo Wanga felicitou as autoridades angolanas pela iniciativa, considerando que veio também salvaguardar o exercício da actividade com "base nos princípios legais".

Para o presidente da ANATA, a operação normalizou igualmente os operadores públicos de transportes colectivos que, durante a actividade, cometiam "muitas infracções".

"Muitas dessas instituições não cumpriam os pressupostos legais que dão direito à exploração da actividade, como a licença de aluguer ou a taxa de circulação, e havia um tratamento desigual agora regulado pela operação", argumentou.

Geraldo Wanga manifestou-se, porém, preocupado com o "excesso de burocracia" no tratamento da documentação para legalizar a actividade de táxi, sobretudo em Luanda, defendendo a "descentralização" desses serviços.

"Não é possível que, para uma província como Luanda, que tem cerca de 38.000 táxis, tenha um único senhor a assinar as licenças que dão direito à exploração da actividade de táxi. Não é possível", concluiu.

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