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“Independência” chega aos cinemas com mais de 600 memórias da luta colonial

A Associação Tchiweka de Documentação estreia esta semana em Luanda o filme "Independência", projecto que levou quase seis anos a concretizar, reunindo memórias de 600 intervenientes na luta contra o regime colonial português em Angola.

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De acordo com informação daquela associação angolana, o filme, em versão documentário e com ante-estreia marcada para este sábado, no Cine Atlântico, recolheu ainda imagens de vários locais históricos no processo da luta pela independência nacional, em Angola e fora do país.

"Como a maior parte das pessoas da minha geração, eu tinha um desconhecimento profundo do nosso passado. Comecei a querer conhecer melhor as pessoas e as ideias daqueles que lutaram pela independência do nosso país", explica o realizador do filme, Mário Bastos.

Dessa actividade de seis anos resultaram mais de 1000 horas de entrevistas em vídeo, "abrindo a possibilidade de realizar vários outros trabalhos", esclarece a Associação Tchiweka de Documentação, que se associou à produtora audiovisual Geração 80 neste projecto, intitulado "Angola - Nos Trilhos da Independência", o qual deu lugar ao filme, a apresentar em várias salas de cinema angolanas.

Para o efeito, foram ainda recolhidas "memórias de mais de 600 intervenientes directos ou indirectos na luta pela independência, nacionais e estrangeiros", sendo o filme apresentado pelos produtores como uma "obrigação de devolver à sociedade angolana um pouco do que dela recebemos".

"Independência" é um "filme feito por angolanos" e que "apresenta uma outra imagem da resposta ao domínio colonial e da luta de libertação nacional vista por quem nela participou", sublinha a associação, em comunicado, enfatizando a importância de produzir "algo para o presente, principalmente para as gerações nascidas depois de 1975, que não conheceram o sistema colonial e pouco sabem do passado".

"Concluído o filme, espero que ele consiga criar diálogo entre as gerações que participaram na luta e as que nasceram depois de 1975. Está na hora de olharmos para o passado com os pés bem assentes no presente e reflectirmos sobre onde estamos e o que somos, como país, 40 anos depois da nossa Independência", salienta o realizador.

Angola foi colonizada por Portugal durante cerca de 500 anos, tendo alcançado a independência há 40 anos, na sequência da luta armada leva a cabo pelos movimentos de libertação.

A independência foi proclamada a 11 de Novembro de 1975 por António Agostinho Neto, líder do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) e o primeiro presidente de Angola, após 14 anos de guerra contra o poder colonial português.

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