"Por isso eu acho que é um objectivo, acredito não seja a curto prazo, que não é fácil, mas a médio e longo prazo acho que o Ministério da Saúde tem de pensar em implementar esta questão do laboratório de análise", afirmou esta Quinta-feira o presidente da ANIFA, Nuno Cardoso.
Para o responsável, enquanto não houver este laboratório (de controlo de qualidade de medicamentos) "será impossível" conseguir-se ter uma empresa que produza medicamentos em Angola.
"E, portanto, tudo isso são passos, que não são fáceis de dar, mas nós como associação estamos aqui também para contribuir e para ajudar o Ministério da Saúde a conseguir dar esse passo", assegurou.
Segundo Nuno Cardoso, a ANIFA propõe-se também a trabalhar com as autoridades angolanas de modo a travar a contrafacção de medicamentos, um problema que persiste em Angola e que tem de se combater para o bem-estar dos cidadãos.
"Nós, como associação queremos pugnar por isso em Angola, sabemos que há muita contrafacção e é um dos problemas infelizmente que Angola ainda tem de combater. Mas, acho que tanto a ANIFA, como o Ministério, como as ordens profissionais e até os utentes devem pôr cobro à esta situação e combater os produtos contrafeitos", defendeu.
A ANIFA, composta por cerca de 20 empresas multinacionais que operam há anos em Angola e formalmente constituída em 2021, apresentou esta Quinta-feira os seus órgãos directivos e os seus objectivos para o mandato de 2023.
A principal missão da ANIFA, explicou o seu presidente, é representar os seus associados na defesa dos seus interesses comuns, primando pela qualidade e segurança dos produtos farmacêuticos disponíveis em Angola em prol da saúde da população.
Dinamizar acções que contribuam para o desenvolvimento e progresso da actividade farmacêutica em Angola, nomeadamente em áreas como a da regulação do sector, da qualidade e segurança do medicamento consta também dos propósitos da ANIFA.
Sobre a regulação do sector, Nuno Cardoso recordou que o executivo já implementou uma série de normas legislativas que visam a regulamentação dos medicamentos em Angola, faltando apenas a sua operacionalização.
"Mas, falta a operacionalização, que nós sabemos não é fácil, porque muitas vezes faltam meios técnicos, faltam meios humanos, mas também a ANIFA está aqui, precisamente, para contribuir para com o Ministério da Saúde para que os registos dos medicamentos sejam uma realidade daqui há alguns anos", frisou.
A farmacovigilância e a regulação, insistiu, estão entre os "desafios pontuais" da associação referindo que a experiência internacional dos associados da ANIFA pode ajudar as autoridades angolanas a instalarem o laboratório de qualidade.
"É essencial para analisarmos a qualidade ou não dos medicamentos e aí conseguiríamos perceber que medicamentos são contrafeitos e os que, efectivamente, são de qualidade e depois temos outras questões que acredito que sejam de longo prazo, nomeadamente a questão do preço dos medicamentos", argumentou.
"São temas mais difíceis, mas nós estamos disponíveis para conversar com o Ministério da Saúde e achar soluções para o sector da saúde em Angola", rematou o presidente da ANIFA.
As empresas Basi, Bial, Merk, Novartis, Roche e a Sanofi fazem parte da direcção desta associação. A mesa da assembleia geral é presidida pela Bluepharma e o conselho fiscal é constituído pela Generis e a Jaba Recordati.