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João Lourenço diz que “Angola pode jogar um papel importante na crise energética mundial”

O Presidente da República considerou que o país “pode jogar um papel importante” na crise energética mundial, pois é o segundo maior produtor de petróleo em África. João Lourenço disse igualmente que o “mundo está aflito” com o problema da energia e que Angola “não só pode contribuir com combustíveis fósseis, mas também” está a analisar com uma empresa da Alemanha a “possibilidade da produção de hidrogénio verde” em solo angolano.

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"Sim, nós podemos jogar um papel importante uma vez que somos o segundo maior produtor de petróleo no continente africano. O mundo está aflito, podemos assim dizer, com a problemática da energia. Angola não só pode contribuir com combustíveis fósseis, mas também estamos a estudar com uma empresa alemã a possibilidade da produção de hidrogénio verde em Angola, que é uma fonte de energia limpa e exportável para a Europa e para quem precisar dela", disse o chefe de Estado, em entrevista à RFI, concedida na Segunda-feira (25 de Outubro) depois de ter participado no 8.º Fórum Internacional de Dakar sobre Paz e Segurança em África.

O Presidente referiu igualmente que a produção de energia no país é principalmente hidroeléctrica, assumindo-se como uma "fonte limpa" e mencionou os investimentos que têm vindo a ser feitos no ramo da energia solar.

"Felizmente temos importante cursos de água. A produção energética em Angola é sobretudo hidroeléctrica, não é poluente. É uma fonte limpa. Estamos também a fazer importantes investimentos no solar, começámos na província de Benguela, já foram inaugurados dois importantes parques. Vamos fazer um investimento bem maior do que o de Benguela no sul de Angola, nomeadamente, no Namibe, na Huíla, no Cunene", avançou.

Sobre as regiões que sofrem com a seca, João Lourenço apontou que já têm "garantido o financiamento americano com a garantia do banco americano", tratando-se de "um projecto que vai arrancar em breve".

Questionado sobre para quando se pode esperar eleições autárquicas, o Presidente disse que será "quando houver condições".

"Quando houver condições. Como sabe o pacote legislativo autárquico não está terminado. Enquanto isso não posso assanhadamente – se me permite a expressão – convocar eleições", disse, em declarações à RFI.

Já sobre o fórum, o chefe de Estado disse à RFI que a razão que levou ao convite de participação no certame terá sido por na cimeira de Malabo o terem "colocado na posição de campeão da paz e segurança do continente".

"Nós pensamos que terá sido pelo facto da cimeira de Malabo, que teve lugar em Maio, me ter colocado na posição de campeão da paz e segurança do continente. Uma vez que a matéria principal deste fórum de Dakar é paz e segurança, acho que faz todo o sentido que o campeão da paz e segurança do continente fosse o convidado especial desta edição".

Foi igualmente questionado sobre o conflito Ruanda-República Democrática do Congo, ao qual o chefe de Estado disse estarem "optimistas".

"Nós estamos bastante optimistas no geral, mais concretamente em relação a este conflito. Temos razões de sobra para estarmos optimistas, uma vez que alguns passos positivos já foram dados, no sentido da resolução do conflito, nomeadamente, e como citei na sala, o facto de ter havido troca de prisioneiros, com a nossa mediação. Além do facto de ter decorrido, em Luanda, a reunião da comissão bilateral ou mista entre os dois países ou ainda o facto de os dois chefes de Estado terem voltado a falar, pelo menos telefonicamente. Eles têm falado com alguma regularidade e não só por telefone, ainda agora em Nova Iorque, à margem da Assembleia das Nações Unidas, falaram os dois, na presença do Presidente francês, Emmanuel Macron. Nós estamos satisfeitos e acreditamos que o mais rápido possível vamos chegar a um desfecho do conflito", disse, em entrevista à RFI.

Referiu ainda que o falta fazer "é, com certeza, acabar com o conflito, mas falta pouco, pouco, pouco", acrescentando que ficou "de ir a Kinshasa, na primeira oportunidade que puder" e que propôs ir a Kigali e, quem sabe, terminarem em Luanda.

Sobre quando isso acontecerá, João Lourenço referiu que "logo que seja possível". "Os nossos calendários estavam condicionados a este período eleitoral, que já terminou. A partir de agora vamos retomar com força este dossier", acrescentou.

João Lourenço, na entrevista à RFI, também lamentou o que se está a passar em Moçambique: "Lamentavelmente, Moçambique está a atravessar um mau momento e, com isso, todo o mundo está a sofrer, porque se Moçambique estivesse em paz, o mundo estaria já a beneficiar do gás produzido ali, em Cabo Delgado. Não esteve presente, mas estamos aqui nós para o representar".

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