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Moody's melhora perspectiva do BFA e mantém rating deste e do BAI

A agência de notação financeira Moody's melhorou a perspectiva de evolução do Banco Fomento Angola (BFA), mantendo o 'rating' deste banco e também do Banco Angolano de Investimentos, que viu a sua perspectiva ser mantida.

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A acção de 'rating' face a estes dois bancos, ambos em B3, decorre na sequência da melhoria da perspetiva de evolução da economia de Angola, anunciada na semana passada.

"As acções de hoje seguem-se à mudança na perspectiva de evolução ['outlook'], de estável para positiva, do 'rating' soberano B3 a 20 de Outubro de 2022, evidenciando a avaliação de que a perspetiva de crescimento robusto da economia e crescimento significativo das receitas devido ao preço elevado do petróleo", lê-se na nota que dá conta da decisão sobre os dois bancos.

A decisão da Moody's, acrescenta-se no texto, "reflecte a visão de que os 'ratings' dos bancos capturam de forma adequada os níveis elevados dos riscos dos activos e almofadas modestas de capital, particularmente à luz das recentes e das futuras mudanças regulamentares".

O BFA tem um nível de crédito malparado nos 14,6 por cento e no caso do BAI o nível é mais elevado, com metade dos empréstimos a terem problemas de pagamento.

Além disso, conclui a Moody's, "a afirmação dos bancos reflecte a mesma ação tomada relativamente ao emissor soberano, ao qual os bancos têm grandes exposições em sob a forma de ativos e empréstimos públicos".

Apesar da melhoria da perspectiva de evolução da economia, isso não é, no entanto, suficiente para que a Moody's tenha melhorado o 'rating', que se mantém em B3, ou seja, abaixo da recomendação de investimento, ou 'lixo', como é geralmente conhecido.

"A decisão de afirmar o 'rating' em B3 reflete a visão da Moody's de que, apesar da contínua melhoria nas posições orçamentais e da balança corrente, o perfil de crédito de Angola continua constrangido pela vulnerabilidade a choques petrolíferos devido à sua rígida estrutura económica e à fraca capacidade institucional", escrevem os analistas.

Os especialistas reconhecem que "a continuidade das políticas e a agenda das reformas do novo Governo vão naturalmente demorar tempo a reduzir as vulnerabilidades estruturais de Angola".

A alteração da perspectiva de evolução do 'rating' indica que os analistas consideram que, a manter-se a trajectória atual, Angola verá a opinião da Moody's sobre a qualidade do crédito soberano melhorada num prazo que normalmente não excede os 12 meses.

A última vez que a Moody's tinha melhorado o 'rating' de Angola foi em Setembro do ano passado, quando a avaliação da qualidade do crédito soberano passou de Caa1 para B3, o que aconteceu depois de quatro descidas consecutivas, em 2016, 2017, 2018 e 2020.

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