Nascido a 2 de Fevereiro de 1936, em Quilengues (Huíla), Faustino Tchinduamba iniciou-se como engraxador em Moçâmedes (Namibe), aos 36 anos.
A vida de engraxador chegou depois de ter deixado a sua terra, que actualmente visita pouco devido à sua idade e dificuldades financeiras.
A viver no Forte de Santa Rita, Moçâmedes, o engraxador contou ao Jornal de Angola que sai de casa bastante cedo para instalar a sua cadeira e caixa de madeira no cruzamento entre as ruas Kahumba e José F. Vieira, em Moçâmedes.
Mais conhecido por "Jovito", devido à sua forma física e discernimento, Faustino adiantou que por cada graxa costuma cobrar 150 kwanzas. Contudo, nos dias mais concorridos chega a fazer cerca de 2000 kwanzas, incluindo as gorjetas que alguns clientes e amigos lhe dão.
Confessou já ter sido ajudado regularmente pelo ex-administrador de Moçâmedes, João Guerra, e revelou que vai trabalhando o que pode para não ter de mendigar.
No lado pessoal, fez saber que que teve nove filhos, mas apenas uma filha ainda se encontra viva, explicando que os outros oito filhos morreram em circunstâncias trágicas.
Também falou sobre a covid-19, tendo admitido que a pandemia teve um impacto forte na sociedade em geral, mas mostrou-se orgulhoso por já ter sido completamente vacinado.
Em declarações ao Jornal de Angola aproveitou para deixar um conselho aos mais novos, para que se vacinem porque a doença "está a matar muita gente no mundo inteiro".
Admitiu ainda que melhores dias estão para chegar e que a covid-19 terá um fim e tudo voltará à normalidade.