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UNITA diz que acórdão do TC foi “meramente político” para impedir alternância em 2022

O presidente da UNITA, Isaías Samakuva, disse esta Quarta-feira que o acórdão do Tribunal Constitucional que levou ao afastamento de Adalberto da Costa Júnior foi “meramente político” e se destinou a dividir o partido e inviabilizar a alternância de poder.

: Borralho Ndomba/DW
Borralho Ndomba/DW  

A posição de Samakuva consta do comunicado final da I reunião extraordinária da Comissão Política da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) que esta Quarta-feira programou o XIII Congresso Ordinário para até 4 de Dezembro e foi igualmente assumida pelos membros do órgão deliberativo que consideraram que este acórdão "encerra uma armadilha política" e visou "travar o movimento social para a mudança".

Na reunião desta Quarta-feira, os membros da comissão política abordaram o contexto político e social em Angola, bem como a vida interna do partido, segundo o comunicado lido por Clarice Caputo, no complexo SOVSMO, em Viana, local habitual das reuniões magnas do partido do "Galo Negro".

O comunicado refere também os apelos do presidente do partido "à unidade, à serenidade e à tranquilidade".

Os membros da comissão política condenaram também "o retrocesso do Estado de Direito Democrático em Angola com o sequestro das instituições da República pelo partido no poder por intermédio dos serviços secretos e dos gabinetes de acção psicológica", com reflexos "na submissão dos tribunais às ordens superiores; no controlo dos órgãos de comunicação social pelo partido no poder; na preocupante partidarização dos órgãos de defesa e segurança; na repressão do direito a manifestação; e no desrespeito dos direitos humanos".

A UNITA solidarizou-se também com a posição tomada pela CEAST na sua última plenária anual, que apelou para a contenção do ambiente político pelos partidos políticos e apelou aos maiores de 18 anos para efectuarem actualização do seu registo eleitoral, com vista a capacitarem-se para o voto e protagonizarem a alternância democrática em 2022.

Manifestaram também preocupação pela progressiva degradação da situação económica e financeira dos angolanos, e exortaram o Executivo a tomar as medidas necessárias com vista ao alívio dos preços dos produtos da cesta básica, solidarizando-se também as populações do Sul de Angola severamente atingidas pelas consequências da seca e apela que esta calamidade seja um factor de efectiva irmandade e não seja usada para fins político-partidários.

A realização do XIII Congresso foi aprovada esta Quarta-feira pela comissão política com 222 votos (94,9 por cento) favoráveis, um (1) voto contra (0.4 por cento) e onze (11) abstenções (4,7 por cento) sendo a sua calendarização definida até 4 Dezembro de 2021.

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