A Recredit, criada a 4 de Agosto de 2016, é uma sociedade que tem como principal accionista o Estado e foi criada para gerir o crédito malparado no estatal Banco de Poupança e Crédito (BPC).
Segundo uma nota da instituição, desde 2020 regista-se um valor acumulado de 21,4 mil milhões de kwanzas, sendo a perspectiva de recuperação do próximo trimestre de 13 mil milhões de kwanzas com base nos vários processos que estão "em tramitação técnica".
Entre estes, cerca de 7 mil milhões são relativos a propostas de amortização em análise, 699 milhões de kwanzas referentes a propostas aprovadas e 5 mil milhões de kwanzas representam propostas aprovadas com acordos celebrados entre a instituição e os devedores.
Cerca de 28 por cento dos processos encontram-se em contencioso ou com acção judicial em tribunal e os restantes 72 por cento estão em análise ou negociação, indica a mesma nota, segundo a qual 71 por cento da carteira de crédito está concentrada nos 20 maiores devedores, sobretudo dos sectores da construção e comércio.
A 31 de Março de 2020, a Recredit assinou com o BPC um contrato através do qual o banco público entregou ao "banco mau" 80 por cento da sua carteira de crédito com um valor estimado de 951 mil milhões de kwanzas.
Em Maio, o presidente do Conselho de Administração da Recredit, Walter Barros, revelou que, em 12 meses, a instituição tinha recuperado 7,8 mil milhões de kwanzas do malparado do BPC, esperando resgatar dos devedores mais de 19 mil milhões de kwanzas em 2021.