"Destruíram muitas coisas. Nesse momento, a população está a lamentar, porque destruíram quase tudo que tinham, as bananeiras, mangueiras, mandioqueiras, está tudo estragado. Só na aldeia do Songue foram oito [lavras]", disse em declarações à rádio pública a administradora de Munenga, Eugénia Coremba.
Segundo a responsável, está a ser feito o levantamento das destruições nas duas outras aldeias, tendo a situação já sido comunicada às entidades responsáveis.
"Já comunicamos às instâncias superiores e estamos à espera que tenham alguma solução sobre o assunto. Nesse momento já saíram do Songue, já estão na Sanga e a caminho da Binga e estão [elefantes] a andar por aí, a qualquer momento poderão chegar à sede", frisou.
Viaça Vunge, um dos camponeses na aldeia do bairro Songue, disse que a sua lavra foi destruída pelos elefantes na madrugada do dia 23 deste mês, e "estão a criar muitos danos".
"Neste momento na minha lavra quase que não ficou mais nada, nem sequer uma banana consigo tirar para dar de comer às minhas crianças, os animais estão a estragar muito, pedimos o apoio do Estado", exortou o camponês.
Em Angola, os elefantes destacam-se no fenómeno conflito homem-animal, que se verifica desde o fim da guerra no país, em 2002, com o regresso ao seu 'habitat' natural, que encontram ocupado por lavras e habitações.
O conflito homem-animal, de que há relatos igualmente de problemas com hipopótamos e jacarés, afecta várias regiões do país, sendo as zonas de maior incidência de casos de invasão de elefantes as províncias do Bengo, Cuanza Norte, Cabinda, Uíge e Huíla.