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Sonangol vai usar financiamento de 340 milhões para centro de pesquisa

O centro de investigação científica e inovação da Sonangol, cuja construção deverá ter início em 2021, conta com um financiamento de cerca de 340 milhões de dólares entregues em 2011, afirmou o presidente da petrolífera estatal.

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Segundo Sebastião Gaspar Martins, o financiamento do centro de pesquisa “é resultado do montante que foi arrecadado na licitação que foi feita, em 2011, na altura para o pré-sal [em que concorreram 13 empresas]” que ronda actualmente os 340 milhões de dólares.

Uma investigação dos jornais noruegueses E24/Stavanger Aftenblad, publicada na semana passada, questionava o destino das verbas entregues pela petrolífera estatal norueguesa Equinor (ex-Statoil) para a construção do centro, projectado há cerca de uma década, e para projetos sociais.

Segundo a imprensa norueguesa, várias multinacionais do petróleo transferiram somas para a construção do centro, entre 2011 e 2016, incluindo a Equinor que terá contribuído com 500 mil milhões de coroas, levando o parlamento norueguês a interrogar, na altura, o Governo sobre as transferências norueguesas para a Sonangol.

O caso já tinha suscitado, em 2014, o alerta da Global Witness, organização de combate à corrupção e que questionou na altura os 350 milhões de dólares pagos pelas petrolíferas para um centro inexistente.

Em declarações à Lusa esta Quarta-feira, após a assinatura de três contratos de risco para a bacia do Namibe, o ministro dos Recursos Minerais e Petróleos, Diamantino Azevedo, sublinhou que não houve “pressão nenhuma” para dar continuidade ao processo, pois já estava planeado pela Sonangol.

“O que foi acertado foi levar [o centro] para a província do Cuanza Sul, para estar próximo do Instituto Nacional de Petróleos e do futuro Instituto Superior dos Petróleos e criar sinergias no âmbito das atividades de cada uma dessas instituições”, salientou.

Gaspar Martins acrescentou que o centro “faz parte do programa de reestruturação que a Sonangol está a levar a cabo” e o objectivo é “integrar no seu desenvolvimento o maior número de empresas” que cooperam com a Sonangol.

O presidente da petrolífera explicou que a “referência específica à Equinor”, num comunicado que anunciou o centro, na semana passada, se justificou por ser a entidade com que se iniciaram “as discussões” para desenvolver e colocar “o centro em funcionamento”.

“O objectivo não é trabalhar apenas com a Equinor, é trabalhar com todas as empresa do sector que possam contribuir para que aquele centro se torne um centro de excelência” para “aumentar o conhecimento a nível das geociências e das energias renováveis”, garantiu.

Na semana passada, a Sonangol anunciou em comunicado o início da construção, em 2021, de um centro de investigação científica e inovação, sem mencionar os antecedentes do projecto, parado há uma década.

De acordo com a nota, o centro de investigação será construído, por fases, nas proximidades dos institutos Nacional de Petróleos e Superior de Petróleos, na cidade do Sumbe, província do Cuanza-Sul, e vai actuar como órgão assessor, consultivo e de caráter permanente, para monitorizar, avaliar e decidir sobre atividades de investigação e inovação.

A instituição, que deve ficar concluída em 2022, conta com a Equinor como parceira, segundo o comunicado.

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