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Vão ser precisos 695 kwanzas para comprar um dólar em 2021, admite Fitch Solutions

A consultora Fitch Solutions considerou esta Sexta-feira que a moeda angolana vai continuar a desvalorizar-se, com um dólar a valer 680 kwanzas em 2020 e a serem precisos 695 kwanzas por dólar no final de 2021.

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"Na Fitch Solutions, antecipamos que o kwanza de Angola vá depreciar-se ainda mais, para 680 kwanzas por dólar no final deste ano, com a queda das exportações de petróleo a reduzirem a procura pela moeda", lê-se numa análise à política monetária angolana.

No documento, enviado aos investidores e a que a Lusa teve acesso, os analistas desta consultora, detida pelos mesmos donos da agência de notação financeira Fitch Ratings, escrevem que a depreciação vai abrandar nos próximos trimestres, chegando ao final de 2021 com um dólar a valer 695 kwanzas.

"Apesar de um ligeiro aumento nas exportações e no apetite global pelo risco irem aliviar as pressões sobre o kwanza, os receios dos investidores sobre a frágil posição financeiras e as taxas reais pouco atractivas vão manter a moeda numa trajectória descendente", escrevem os analistas.

Desde o início do ano, o kwanza perdeu mais de um quarto do seu valor face ao dólar e deverá continuar a quebrar face à moeda norte-americana em 2021.

"Acreditamos que dois factores vão fazer com que o kwanza continue a perder valor a longo prazo; primeiro, a pandemia de covid-19 exacerbou as pressões orçamentais, com o Governo a ser forçado a negociar até 6,2 mil milhões de dólares em alívio de dívida dos credores oficiais", apontam os analistas.

A dívida pública, estimam, deverá subir de 100,7 por cento em 2019 para 116,4 por cento este ano, "o que provavelmente vai manter os investidores preocupados com a frágil posição orçamental do país nos próximos trimestres".

Em segundo lugar, concluem, a inflação deverá abrandar moderadamente face à média de 21,9 por cento que deverá registar este ano, mas deverá manter-se elevada, ficando nos 18 por cento em 2021.

"Isto vai continuar a anular o diferencial nas taxas reais com os Estados Unidos, particularmente porque esperamos um corte de 50 pontos base na política monetária do Banco Nacional de Angola em 2021, o que vai garantir que o kwanza se deprecie ainda mais", concluem os analistas.

Nas mais recentes previsões sobre a evolução das economias africanas, o Fundo Monetário Internacional (FMI) previu que Angola enfrenta uma recessão de 4 por cento este ano, recuperando para um crescimento de 3,2 por cento em 2021, e prevendo que a dívida pública fique nos 120,3 por cento este ano, abrandando para 107,5 por cento do PIB no próximo ano.

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