Ver Angola

Economia

NKC African Economics: inflação em Angola sobe para 22,2 por cento este ano

A consultora NKC prevê que a inflação em Angola suba 22,2 por cento este ano, acelerando face ao aumento de 17,1 por cento registado no ano passado, e que o kwanza caia mais de 50 por cento em 2020.

: Paulo Barata/Volta ao Mundo
Paulo Barata/Volta ao Mundo  

"Antecipamos que a taxa de inflação média aumente de 17,1 por cento em 2019 para 22,2 por cento este ano, antes de abrandar para 19,7 por cento em 2021", lê-se numa análise à evolução da inflação e do valor do kwanza em Angola.

No comentário, enviado aos investidores e a que a Lusa teve acesso, os analistas desta consultora parceira da Oxford Economics escrevem que "dado o elevado nível da inflação e as taxas de juro negativas, não se espera que o Banco Nacional de Angola baixe a sua política sobre as taxas antes de 2022".

Em Setembro, a inflação subiu para 23,8 por cento, o valor mais alto desde Novembro de 2017, impulsionada pelos produtores alimentares e bebidas não alcoólicas, lembram os analistas, vincando que a subida da inflação tem sido uma constante ao longo de todo o ano.

"Isto aconteceu essencialmente devido à descida do preço do petróleo este ano e à liberalização da moeda, causando uma desvalorização do kwanza em 25 por cento do seu valor desde o início do ano", para 639 por dólar no princípio de Outubro.

"A moeda angolana continua vulnerável a mudanças no sentimento global e deve depreciar-se mais de 50 por cento este ano, em comparação com o ano passado, o que coloca mais pressão nos preços dos consumidores, devido à forte dependência de Angola dos bens importados", concluem os analistas.

Esta semana, a ministra das Finanças afirmou que uma das razões para o elevado nível de dívida pública, que o Fundo Monetário Internacional prevê que ultrapasse os 120 por cento do PIB este ano, é precisamente a desvalorização do kwanza nos últimos meses.

Na conversa que manteve esta semana, no âmbito dos Encontros Anuais, com o director do departamento africano do FMI, que recentemente aprovou o desembolso de mil milhões de dólares ao abrigo da terceira revisão do programa de ajustamento financeiro, que foi aumentado para um total de 4,5 mil milhões de dólares, Vera Daves relativizou a subida do rácio da dívida face ao PIB.

"O stress no Tesouro é significativo devido à depreciação do kwanza, foi isso que fez subir muito significativamente o rácio da dívida face ao PIB", em 120,3 por cento este ano e descendo até cerca de 70 por cento nos próximos cinco anos.

Relacionado

Permita anúncios no nosso site

×

Parece que está a utilizar um bloqueador de anúncios
Utilizamos a publicidade para podermos oferecer-lhe notícias diariamente.