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Defesa

Movimento independentista de Cabinda acusa exército angolano de “incursão sangrenta” na RDCongo

O movimento independentista de Cabinda acusou esta Sexta-feira as Forças Armadas Angolanas de lançarem uma “operação militar contra um grupo de civis desarmados” na República Democrática do Congo (RDCongo), junto à fronteira com o enclave petrolífero angolano.

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"As Forças Armadas Angolanas (FAA) lançaram uma operação militar contra um grupo de civis desarmados, suspeitos de serem soldados da FLEC , perto da fronteira do Yema-di-Yanga e Mbaka-Khosi no sector de Kakongo, território de Lukula, província do Kongo-Central, na aldeia de Kinkiama", na passada Quinta-feira, às 21h45, acusa um comunicado da organização independentista Frente de Libertação do Estado de Cabinda - Forças Armadas de Cabinda (FLEC-FLAC), enviado à Lusa.

"O ataque resultou na morte de 6 pessoas, incluindo 4 jovens rapazes decapitados", acusa a FLEC no texto, em que descreve a "incursão sangrenta das FAA no Congo Central" (RDCongo).

"A aldeia de Kinkiama é suspeita de ser a base traseira da FLEC-FAC, de acordo com as autoridades angolanas", acrescenta o texto, que descreve um estado de "confusão" na região "em torno da presença de soldados angolanos em várias aldeias do Congo Central na RDCongo, perto da fronteira com Cabinda".

"O alto comando militar da FAC denuncia a incursão de soldados angolanos em território congolês, sob o pretexto de caçar os soldados da FLEC de Cabinda", e "informa a opinião pública nacional e internacional" que as FAC "não têm soldados nem bases" de retaguarda RDCongo.

"A FLEC-FAC luta no território de Cabinda contra os invasores angolanos desde a sua criação, respeitamos a soberania e a integridade territorial da RDCongo. Não há um único soldado da FLEC nos dois Congos", RDCongo e República do Congo, afirma o movimento.

A Lusa tem questionado o ministério da Defesa com as alegações das FLEC-FAC sem nunca obter confirmação relativamente aos confrontos e baixas das forças armadas angolanas

A província de Cabinda, onde se concentram a maior parte das reservas petrolíferas do país, não é contígua ao restante território e, desde há muitos anos que líderes locais defendem a independência, alegando uma história colonial autónoma de Luanda.

A FLEC, através do seu "braço armado", as FAC, luta pela independência daquela província, alegando que o enclave era um protectorado português, tal como ficou estabelecido no Tratado de Simulambuco, assinado em 1885, e não parte integrante do território angolano.

Cabinda é delimitada a norte pela República do Congo, a leste e a sul pela República Democrática do Congo e a oeste pelo Oceano Atlântico.

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