Segundo Hermenegildo de Brito, foram ouvidos, identificados e posteriormente libertados "28 elementos que faziam arruaça" na zona entre o hospital do Prenda e Zamba 2, em Luanda, e impediam a circulação automóvel.
O mesmo responsável confirmou que dois dos activistas, Laurinda Gouveia, que está grávida, e Geraldo Dala, foram encaminhados para unidades hospitalares.
A polícia está agora a investigar as imagens de uma "possível agressão dos agentes", tendo aberto internamente um processo disciplinar para apurar os factos.
A confirmar-se "a suposta agressão de agentes da polícia aos manifestantes, conforme se alega, os agentes serão responsabilizados", vincou o porta-voz da polícia.
A Lusa tentou contactar Geraldo Dala para saber a sua versão sobre os acontecimentos, o que não foi possível até ao momento.
Uma outra activista, Marinela Páscoa, contou à Lusa que foi espancada pela polícia, tal como outros manifestantes.
"Vamos formalizar uma queixa contra a polícia", adiantou.
Os manifestantes, que se concentraram em protesto contra o elevado desemprego e reclamando os 500 mil postos de trabalho que o Presidente da República, João Lourenço, prometeu criar, pretendiam chegar à Assembleia Nacional onde o chefe do executivo iria discursar sobre o Estado da Nação, marcando a abertura do ano parlamentar.
No entanto, a polícia já tinha avisado que iria travar a manifestação, por violar a lei, que proíbe cortejos e desfiles antes das 19h00 aos dias de semana e concentrações a menos de 100 metros dos órgãos de soberania, e carregou contra o grupo, depois de uma troca de palavras entre as duas partes, recorrendo à força para dispersar os activistas.