“Este ano já houve exportação de material genético para reprodução de bovinos”, adiantou Paulino de Carvalho Neto à Lusa, à margem do Dia da Carne Brasileira, em Luanda, num evento que reuniu algumas das principais empresas exportadoras de carne brasileira e responsáveis de associações do sector.
Angola produz apenas 10 por cento da carne bovina que consome e é o segundo maior importador africano de carne bovina congelada brasileira. Surge em primeiro lugar, a nível dos enchidos e em terceiro no que diz respeito ao frango.
Entre as principais exportações brasileiras para Angola encontram-se a carne, o açúcar e os alimentos industrializados.
“Vemos Angola como um grande mercado de exportação, um mercado em que vale a pena investir, não só para benefício das empresas brasileiras, mas também para criar empregos para os angolanos”, sublinhou o diplomata, valorizando o “potencial” do país e considerando que “está no caminho certo no sentido de atrair o investimento privado e as empresas”.
As empresas brasileiras têm perspectivas de investimento na agro-indústria, mas também noutras áreas como a da indústria farmacêutica, disse o embaixador, sublinhando a importância dos consumidores na África subsaariana, pelo seu potencial de crescimento.
Segundo Paulino de Carvalho Neto, no próximo ano está prevista a abertura de uma fábrica de medicamentos genéricos, um investimento de um grupo brasileiro do sector farmacêutico sobre o qual não acrescentou mais detalhes.
As trocas comerciais entre os dois países chegaram a atingir os mil milhões de dólares, mas devido à crise provocada pela descida dos preços do petróleo, rondam agora os 700 milhões de dólares, com as exportações brasileiras a valerem 650 milhões e Angola a vender cerca de 50 milhões de dólares.