Em declarações à agência Lusa, o chefe de departamento dos serviços de veterinária de Luanda, Edgar Dombolo, disse que a campanha ainda não tem data, estando a decorrer a mobilização dos recursos humanos, materiais e financeiros.
"Há vacinas, mas temos que treinar e vacinar os vacinadores, mobilizar as pessoas e o financiamento", referiu Edgar Dombolo, acrescentando que está prevista a vacinação de mais de 250 mil animais.
Segundo o responsável, a vacinação regular está a decorrer, mas a afluência aos postos de vacinação é muito baixa. "Prevemos vacinar mais de 250 mil animais este ano, mas na campanha regular vacinámos até agora 17.008 animais, o correspondente a 6,8 por cento. É um número muito baixo", frisou.
Edgar Dombolo disse que a crise financeira que o nosso país enfrenta também afectou a campanha, salientando, sem avançar o valor, que a verba necessária "é considerável".
Questionado sobre as causas da tão baixa afluência aos postos de vacinação, existentes em diferentes distritos e municípios da província - Cacuaco, Icolo e Bengo, Viana, Belas, Sambizanga, Cazenga, Rangel e Maianga - Edgar Dombolo disse não perceber.
"Não sei se nós é que falamos pouco ou as pessoas é que não gostam mesmo de levar os animais à vacinação regularmente", disse.
Sobre a existência de vacinas, o responsável disse que são necessárias mais de 250 mil doses, havendo neste momento cerca de 50 mil. "Estamos à espera que nos enviem mais, neste momento temos aqui uma quantidade, mas estamos à espera que nos enviem mais da nossa direcção geral, isto também está tudo incluso nas condições que estamos a criar para a campanha", adiantou.
A capital está a enfrentar uma epidemia de raiva, com o registo, até à última semana, de 72 óbitos de um total de mais de 10.000 casos, com o município de Viana a liderar os números de casos e mortes.
O gabinete provincial de saúde de Luanda atende diariamente mais de 50 casos de mordeduras, além de outros de pessoas provenientes das províncias à procura de vacina. Uma fonte do Ministério da Saúde contactada pela Lusa disse que há falta de vacina anti-rábica.