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Banca e Seguros

Concessão de crédito é o factor mais crítico para apoiar diversificação da economia

Os CEOs das instituições bancárias angolanas acreditam que a economia nacional vai crescer, apesar da actual conjuntura estar condicionada pela evolução do preço do petróleo. Aumentar a concessão de crédito para apoiar a diversificação da economia é, para estes líderes, o factor mais crítico para fomentar o crescimento económico, seguido da diminuição da burocracia. As conclusões são do CEO Survey da Deloitte, que analisa as perspectivas dos gestores de topo dos bancos nacionais sobre os desafios do sector.

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De acordo com o estudo, mais de 70 por cento dos CEOs referem que o desempenho do sector ao longo dos últimos anos esteve em linha ou acima das expectativas. Contudo, indicam existir, no actual enquadramento do sector, alguns desafios operacionais que necessitam de ser acautelados, como a atracção e retenção de talento (40 por cento), a qualidade do serviço (33 por cento) e a organização interna (27 por cento), mas também de ordem financeira.

Para além disso, o acesso a moeda estrangeira (30 por cento) e a fontes alternativas de financiamento (25 por cento) são os maiores desafios que o sector enfrenta a este nível, seguido da diversificação da carteira de crédito e depósitos (19 por cento), da colaterização de operações de crédito (13 por cento) e da captação de depósitos (13 por cento).

Como tal, cerca de 75 por cento dos inquiridos definem como principal prioridade a optimização e redução de custos (75 por cento), com 68 por cento a afirmar que o irão fazer investindo em tecnologia, nomeadamente em workflows e canais electrónicos. São ainda prioridades a gestão de riscos (69 por cento), o investimento em novas linhas de negócio (50%) e o aumento da liquidez em moeda estrangeira (38 por cento).

Para a implementação da estratégia definida, os líderes do sector identificam como principais factores de risco o aumento dos custos com o risco de crédito (73 por cento), a diminuição do mercado cambial (60 por cento) e desvalorização do kwanza (60 por cento). O estreitamento da margem financeira e o aumento dos custos de estrutura foram outros riscos identificados pela maioria dos inquiridos.

A internacionalização não é um tema uniforme entre os bancos nacionais, verificando-se, no entanto, um interesse assinalável destas entidades pela expansão. Metade dos líderes do sector espera concretizar a sua estratégia de expansão nos próximos três anos.

Bancos angolanos vistos pelos clientes e pela concorrência

Quando os CEOs comparam a sua instituição face à concorrência em aspectos percepcionados pelos clientes, cerca de 8 em 10 líderes consideram estar em vantagem graças à reputação da sua instituição, bem como à inovação e diversidade dos produtos e serviços oferecidos (7 em 10). Os poucos CEOs (20 por cento) que consideraram estar em desvantagem face aos concorrentes apontaram o preço (taxas de juros dos créditos e depósitos) como o factor mais penalizador.

Nos aspectos relacionados com a gestão interna das instituições, mais de 80 por cento dos gestores considera estar em vantagem face à concorrência pela solidez da estratégia e da organização, mas também pela capacidade de liderança e gestão (69 por cento) e gestão de riscos (63 por cento). Por contraste, sentem-se em desvantagem no acesso a moeda estrangeira (44 por cento), na estratégia de marketing (31 por cento) e na dimensão da estrutura de custos (25 por cento).

Estratégias para atrair e reter talento

No que diz respeito à gestão de pessoas, o desenvolvimento de programas de gestão de carreira assume-se como a estratégia dominante para a atracção e retenção de talento nas instituições bancárias nacionais. A implementação de programas de formação, o valor da remuneração e pacote de benefícios e a participação de pessoas na gestão do banco são também opções para os inquiridos.

O estudo CEO Survey da Deloitte foi realizado entre Agosto e o início de Setembro e cobre mais de 90 por cento do total dos activos do sector bancário de Angola.

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