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Eleições: resultado da UNITA deve-se a abertura gerada por João Lourenço

O presidente do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) defendeu que os resultados que a UNITA obteve nas eleições gerais angolanas devem-se à abertura proporcionada pelo Presidente João Lourenço.

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Em entrevista à agência Lusa, em Lisboa, Domingos Simões Pereira referiu que a União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) "tem os resultados que tem porque quem exerce a administração abriu-se e permitiu que houvesse alguma contestação ou uma afirmação livre daquilo que é a vontade do povo angolano".

O Tribunal Constitucional (TC) proclamou o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) e o seu candidato, João Lourenço, como vencedores com 51,17 por cento dos votos, seguido da UNITA, com 43,95 por cento, tendo chumbado o recurso de contencioso eleitoral do principal partido da oposição.

"Hoje os resultados que nós encontramos em Angola devem ser lidos como resultados de uma abertura de alguém que compreende que os tempos são outros e que é preciso dar oportunidade a todos de poderem pronunciar-se", referiu o líder do PAIGC, partido que mantém relações próximas com o MPLA.

Domingos Simões Pereira destacou o resultado da UNITA em Luanda, referindo que se tratou de "mais de 60 por cento da população a dizer que não está de acordo com quem está a governar. Isto é um sinal de novos tempos e um sinal de liberdade e é preciso saber valorizar isso".

Ressalvando que fala em nome pessoal e não do seu partido ou do seu país, o líder do PAIGC recusou-se a fazer "uma avaliação qualitativa" dos resultados das eleições em Angola, mas disse que aprecia "a forma com o Presidente João Lourenço tem tentado assumir uma agenda de combate à corrupção".

Sobre a contestação dos resultados por parte da UNITA, o líder partidário disse que "é preciso fazer fé que as instituições funcionem".

"Houve um pronunciamento da CNE, houve um recurso ao Tribunal Constitucional e é o resultado do Tribunal Constitucional que deve fazer fé", disse.

Domingos Simões Pereira saudou o povo angolano, "que tem dado mostras de grande sentido patriótico" e disse acreditar que João Lourenço vai "falar com todas as franjas, respeitar a vontade expressa pelo povo angolano e governar em função das expectativas criadas".

"Quem está no poder e quer ficar no poder a qualquer preço não toma essas medidas, não faz essas reformas, não assume a necessidade de controlar e combater a corrupção. Quem ousa lançar o processo de reforma é porque compreende que tem necessidade de colocar o povo e a nação em primeiro lugar", concluiu.

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