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UNITA denuncia ameaças e apela à intervenção das autoridades

O secretário provincial da UNITA em Luanda, Nelito Ekuikui, acusou o MPLA de estar a divulgar uma lista de “alvos a abater” e desafiou o regime a “matar mesmo” em vez de fazer ameaças.

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O também deputado publicou nas suas redes sociais um vídeo exortando as autoridades - desde o Presidente da República, órgãos de defesa e segurança, Procuradoria-Geral da República e o chefe dos serviços de Informações, general Garcia Miala - a agirem, perante as ameaças à integridade física às figuras ligadas à União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) desde as eleições.

Segundo disse à Lusa Nelito Ekuikui, que atribui a divulgação das ameaças nos grupos do Whatsapp à direção de informação e propaganda do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), a polícia já foi contactada, mas mostrou-se céptico quanto a uma intervenção das autoridades: "Não vão fazer nada".

Contactado pela Lusa, o secretário para Informação e Propaganda do Bureau Político do Comité Central do MPLA, Rui Falcão, negou que o partido esteja envolvido no incidente, salientando que este "não se revê e nada tem a ver com esse comportamento ignóbil só possível de ser adoptado por criminosos a soldo".

E contra-atacou a UNITA que, segundo diz, está a seguir uma estratégia: "Foi para isso que contrataram ex-agentes da secreta israelita. Quem tem vindo a estimular os militantes da UNITA para acções de insurreição são os seus patrocinados", declarou à Lusa.

O cartaz que circula nas redes sociais apresenta várias figuras ligadas à UNITA, entre as quais o presidente, Adalberto Costa Júnior, Nelito Ekuikui, o general Abílio Kamalata Numa e os activistas Osvaldo Kaholo, Dito Dali e Gangsta, com o título "Atenção autoridades".

"Em caso de instabilidade no país, fruto das eleições, esses devem ser os primeiros a ser abatidos", diz o cartaz, em letras vermelhas, que tem sido partilhado juntamente com uma lista de endereços, incluindo de familiares de dirigentes da UNITA, que Nelito Ekuikui afirmou serem verdadeiros.

"Estou muito tranquilo e sereno, não sou um homem que se deixa ameaçar, não sou um homem que se deixa abater e abalar", disse o responsável da UNITA. As autoridades, "que deviam velar pela nossa segurança", estão "constantemente a ameaçar-nos", lamentou, acrescentando: "O correcto é matar mesmo, até porque conhecem as nossas casas".

"Venham matar e depois façam um funeral, é mais fácil, em vez de constantemente ameaçar, se o nosso sangue é tão importante para se manterem no poder, à margem da vontade do povo, então venham mesmo matar em vez de intimidar as pessoas", desafiou, durante uma transmissão em direto no Facebook, garantindo: "Eu não vou fugir do país".

A Lusa contactou o Serviço de Investigação Criminal (SIC), mas não foi possível obter uma resposta até ao momento.

"Da mesma forma que quando alguém ataca o Presidente da República, um órgão de soberania, os senhores, reagem eu estou à espera que parem esta onda de ameaças às pessoas. Foram longe demais se me quiserem matar a mim, matem-me, mas não envolvam os meus filhos", disse ainda Nelito Ekuikui, dirigindo-se ao Procurador-Geral da Republica, ao ministro do Interior, ao Presidente da Republica e ao general Garcia Miala.

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