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Sona: a arte de contar histórias por desenhos é candidata a Património Mundial

O Ministério da Cultura está a preparar a apresentação da candidatura da ‘Sona’ a Património Mundial da Humanidade pela UNESCO. Este símbolo da cultura Tchokwe é uma arte etnomatemática que conta histórias através de desenhos na areia.

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A informação foi avançada pelo director do gabinete provincial da Cultura, Turismo, Juventude e Desportos na Lunda Norte, Josefo Fernando, que afirmou que a proposta deverá ser apresentada em 2023. Esta será estudada em diversas universidades à escala mundial, estando em análise científica a antropologia linguística e da comunicação dos povos Lunda-tcokwe.

Recorde-se que em 2021 esta arte foi elevada à categoria de Património Cultural Imaterial pelo Ministério da Cultura.

A 'Sona', que significa 'escrever na areia', era uma forma de comunicação dos povos ancestrais da região leste do país, denominada Tchokwe. Estes escreviam mensagens através de gravuras em paredes de casas, árvores e no chão das aldeias, que eram depois decifradas pelos restantes membros da comunidade.

Algumas destas gravuras encontram-se actualmente expostas no Museu do Dundo, estando também retratadas num livro que aborda esta cultura e tendo sido também retratadas no filme "Os Deuses da Água", uma co-produção argentina e angolana datada de 2013. Um dos testemunhos locais no filme é o de um ancião, funcionário do museu, que ainda praticava a arte à data das gravações.

Segundo a Angop, existem mais de uma dezena de obras científicas em todo o mundo que retratam a arte só 'Sona', não sendo nenhuma proveniente de Angola.

O centro histórico de Mbanza Congo foi, em 2017, a primeira localidade de Angola a contar com o cunho de Património Mundial da Humanidade pela UNESCO.

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