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Afrika Film Festival Köln exibe cinco filmes angolanos e convida Fradique para apadrinhar festival

O alemão Afrika Film Festival Köln, que tem início esta Quinta-feira, pinta o cinema com as cores de Angola. Na comemoração dos 30 anos do festival, o realizador angolano Fradique será o padrinho desta edição, que conta com a exibição de filmes nacionais como ‘Nossa Senhora da Loja do Chinês’, presenças dos realizadores Ery Claver e Kamy Lara e ainda uma actuação da cantora Aline Frazão.

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Criado em 1992, o festival começou como uma pequena selecção de filmes da África Ocidental exibidos em Filmpalette, o mais pequeno cinema da cidade alemã de Colónia, tornando-se 30 anos depois no maior evento da indústria cinematográfica alemã com conteúdo contemporâneo de todos os regiões de África e da diáspora.

"O Futuro - Visões de África" é o foco desta edição, um tema pensado na programação clássica do festival que apresenta os fundadores visionários de cinemas africanos independentes, como ponto de partida que pretende refletir a actual produção cinematográfica em África e pensamentos sobre o futuro do cultural, tanto no continente como na sua diáspora.

Além do padrinho do festival, Angola vai estar presente com exibição de cinco filmes que se enquadram na categoria 'Focus Angola' e na 'Curtas Africanas', com direito a mesas de debates a seguir às exibições.

No texto de apresentação da programação da 19.ª edição do Afrika Film Festival Köln, Fradique apresenta algumas das suas inquietações que são também de uma geração de cineastas africanos que se recusa aceitar.

"Quando uma história acaba - ou 'cai no oceano', como dizemos - cria sonhos, tem energia e direcção, disse Djibril Diop Mambéty. O cinema tem sido a minha porta de entrada para o meu país, para os meus vizinhos e para minha própria história. Abriu-me politicamente a mente e aproximou-me de algumas das questões mais incómodas da minha vida. É isto que o cinema faz, é isto que a arte faz - não se limita a entreter-nos, move-nos lentamente a partir de dentro".

Como cineasta africano, continua, "depressa descobri que a mera decisão de produzir um filme se torna uma decisão política a partir do momento em que decidimos como o produzimos, como reunimos as nossas equipas, às histórias que contamos, onde e como partilhamos os nossos filmes - especialmente se partilhamos os nossos filmes na Europa. Nos anos mais recentes, à medida que avançamos finalmente para conversas mais profundas sobre a relação pós-colonial da Europa de ismos extractivistas com o nosso continente, muitos curadores de filmes e festivais europeus jogam com a política de inclusão sem realmente se envolverem ou ouvirem as perguntas mais difíceis. E se olharmos para o elevado número de festivais de cinema africanos fora do continente africano, pensaríamos que o cinema ou os cineastas africanos prosperam para além das suas fronteiras. Mas o que é realmente necessário para criar um espaço seguro para os cineastas africanos partilharem o seu trabalho, as suas experiências e para realmente prosperarem?", questiona, em comunicado remetido ao VerAngola.

"Eu acredito que o festival a que está prestes a assistir está preocupado com todas estas questões desde a sua primeira edição em 1992. Desde a sua impressionante história de selecção de filmes até às conversas que os cineastas africanos tiveram a oportunidade de realizar em edições anteriores - este é um festival que está disposto a fazer algo muito revolucionário, para ouvir. Mas tenha a certeza de que este enorme feito não é uma garantia vitalícia. É algo que pode rapidamente aparecer, e ser empurrado para o lado, ou facilmente esquecido. Diz-se que a edição de aniversário deste ano vem com a oportunidade de todos nós revisitarmos alguns desses sonhos, e sentirmos a energia e a direcção de uma nova geração de cineastas africanos. Vamos cair no oceano", conclui o realizador angolano.

No festival serão exibidos os filmes angolanos 'Nossa Senhora da Loja do Chinês' de Ery Claver, 'Elinga Teatro 1988/2018' de Paulo Azevedo, 'Vou Mudar a Cozinha' de Ondjaki, 'Moça de Denis Miala' e 'Nzinga Ngola' de Realização Colectiva, todos incluídos na categoria 'Focus Angola' e 'Curtas Africanas', sendo que as Mesas de Debates terão como convidados os realizadores Fradique, Ery Claver e Kamy Lara, os dois últimos convidados pela organização do festival.

Angola estará também presente nas celebrações de encerramento do festival através do concerto da cantora Aline Frazão, que apresentará o seu mais recente álbum 'Uma Música Angolana', no dia 25 de Setembro.

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