Considerada a 'jogadora mais valiosa' (MVP) do Afrobasket feminino por duas vezes – 2011 e 2013 – a antiga capitã da selecção nacional integrou uma lista de ex-praticantes do continente africano que, apesar da maternidade, continuaram a jogar a outro nível e são ainda hoje uma referência na modalidade.
Numa publicação na página oficial do torneio, a FIBA refere que, num continente em que muitas mulheres costumam encurtar as suas carreiras no desporto para se tornarem mães, existe um grupo de atletas dispostas a alterar esta narrativa.
É aqui que surge o nome de Nacissela Maurício. A angolana é agora vice-presidente da Federação Angolana de Basquetebol e teve um papel fundamental na prestação de Angola na mais recente edição do Afrobasket, que decorreu em Yaoundé, nos Camarões.
Apesar de estar grávida de quase sete meses, a antiga capitã não recusou o desafio de acompanhar a equipa, liderando a delegação na mais recente edição do Afrobasket.
"Este é o meu ambiente. Sempre adorei o jogo de basquetebol e senti-me até um pouco nostálgica quando chegámos a Yaoundé", disse a angolana, ao regressar à cidade onde disputou o seu último Afrobasket, em 2015.
Aos 41 anos, Maurício espera o seu terceiro filho, que deverá nascer em Dezembro. A jogadora é ainda mãe de uma menina, com 16 anos, e que já joga basquetebol em Portugal e de um rapaz com 18 meses, que nasceu após a atleta ter posto um ponto final na carreira de jogadora profissional.
Apesar de uma vida familiar preenchida, foi incapaz de se afastar da modalidade: "Cabe-nos a nós, antigas jogadoras, a importante missão de levar o basquetebol africano para outro nível", afirmou.
A FIBA referiu ainda os nomes de Nadir Manuel e Rosa Gala, que se afastaram por um período de tempo para serem mães, mas regressaram à modalidade para fazer "o que melhor sabem fazer".
Recorde-se que a selecção feminina de basquetebol terminou a prova no oitavo lugar. A competição foi ganha pela Nigéria, que derrotou este Domingo o Mali por 70-59.