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Mina de Catoca recolheu amostras para provar inocência em contaminação de rios da RDCongo

A Sociedade Mineira de Catoca promoveu uma expedição no rio Tchicapa para recolher amostras com vista a refutar as alegações da República Democrática do Congo (RDCongo) relativas à contaminação provocada pela mina que terá resultado em 12 mortes.

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"As amostras foram enviadas aos laboratórios e, muito provavelmente, nas próximas duas a três semanas teremos os resultados mais detalhados", adiantou à Lusa uma fonte da empresa, sublinhando que, na composição da polpa de rejeitados da mina, não há produtos químicos.

"O processo de produção de Catoca é físico, e não químico. A polpa de rejeitados é essencialmente areia (30 por cento) e água (70 por cento)", indicou.

O Governo congolês afirma que 12 pessoas morreram, desde Julho, devido à contaminação dos rios Kasai e Tchicapa, na sequência do derramamento de líquidos provenientes de minas em Angola.
Segundo o Governo da RDCongo, que pede a Angola e às empresas uma compensação pelos danos causados, a culpa dos derrames é das companhias internacionais que operam a mina angolana de Catoca, a quarta maior do mundo na produção de diamantes.

Para rebater as alegações, a Sociedade Mineira de Catoca realizou entre 16 e 19 de Setembro, uma expedição investigativa ao longo do rio Tchicapa até à fronteira com a RDCongo, para recolher amostras em vários pontos.

"O objectivo é provar com dados laboratoriais que não vazaram metais pesados para o rio Tchicapa e adjacentes, que possam ter causado mortes em consequência do incidente registado no tubo do sistema de drenagem da bacia de rejeitados, no passado dia 24 de Julho, situação já ultrapassada", justificou a empresa num comunicado.

A expedição partiu da Lunda Sul, passando pela Lunda Norte até à fronteira do Congo, fazendo a monitorização 'in loco' ao longo do percurso do rio Tchicapa, aferindo a qualidade da água, através da coleta de amostras para análise da caracterização química dos sedimentos arrastados pelas águas, avaliação do plâncton e monitorização da fauna.

"Refutamos todas as acusações, contudo no quadro da nossa responsabilidade social e devido ao forte compromisso que temos com a preservação do meio ambiente, decidimos criar uma equipa multidisciplinar, onde integram representantes de ministérios, universidades, direcções provinciais, ONG [organizações não-governamentais] e laboratórios independentes, que está a realizar essa expedição e muito brevemente faremos a apresentação pública dos seus resultados", disse Sabino Coqueia, chefe do Departamento de Segurança de Trabalho e Ambiente da sociedade, citado no comunicado.

A empresa mineira avança que "aplicou, de imediato, um plano de mitigação do impacto ambiental", o que "permitiu observar uma melhoria acentuada e contínua da concentração de sólidos em suspensão, corroborando o que se determinou desde o início: apesar de ser um incidente desafortunado, nunca houve risco de vida para as populações".

O incidente deveu-se a uma avaria no sistema de drenagem da bacia de rejeitados da mina que provocou um derrame poluente, abrangendo aproximadamente 100 quilómetros do rio Lova e adjacentes, na província da Lunda Sul, segundo informou o Ministério da Cultura, Turismo e Meio Ambiente de Angola no início de Agosto.

Segundo a Sociedade Mineira do Catoca a estabilidade dos diques de contenção está a ser reforçada: além do conjunto de sistemas de protecção, já existentes, foram construídos mais dois diques e está em curso a construção de um terceiro para filtrar as partículas em suspensão.

Situada no nordeste de Angola, a mina de diamantes de Catoca está nas mãos de um consórcio internacional de companhias mineiras, que inclui a estatal Endiama, a chinesa Lev Leviev International e a russa Alrosa.

Localizada na Província da Lunda Sul, a Sociedade Mineira de Catoca é a quarta maior mina do mundo, explorada a céu aberto, responsável por mais de 75 por cento da produção de diamantes do país.

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