"Idealmente, gostaríamos que o processo de adesão ao APE se concluísse o mais depressa possível, para que todos possamos beneficiar desse processo sem que haja uma interrupção, nomeadamente do acesso sem direitos pautais ao nosso mercado", afirmou esta Terça-feira, em Bruxelas, o vice-presidente executivo da UE, Valdis Dombrovskis, durante uma reunião, em video-conferência, com Angola.
Segundo o responsável do bloco europeu, a UE apoia plenamente o pedido de Angola para a adesão ao APE, referindo que a sua integração, no conjunto dos seis países africanos que já aderiram, "tornaria a nossa parceria mais forte e promoveria também a integração regional".
África do Sul, Botswana, Lesoto, Namíbia, Moçambique e Essuatini são os países da SADC que fazem parte do grupo APE.
Valdis Dombrovskis que falava na abertura da 5.ª Reunião Ministerial Angola-União Europeia, por video-conferência entre Luanda e Bruxelas, no âmbito do Caminho Conjunto, disse aguardar pelo processo pela decisão do conselho conjunto APE-EU-SADC.
O vice-presidente executivo da UE referiu que o lado europeu já assinou a adesão e "aguarda apenas pela assinatura coordenador do grupo EPA/SADC, o ministro do Botswana, tanto quanto sabemos ainda não assinou a decisão porque está a espera de luz verde de três dos seis países do grupo".
"Não temos nenhum motivo para acreditar que a assinatura não vai ocorrer daqui há algumas semanas, mas é útil se pudesse contactar a sua homóloga na região da África Austral e recordar-lhe a importância e urgência desse processo", exortou às autoridades angolanas.
O também comissário de Comércio da UE recordou que o processo de adesão "é moroso, pode levar até três anos", devido à uma série de passos processuais subsequentes, entre as quais aspectos jurídicos e tradução do acordo para as línguas oficiais do bloco.
"Há reuniões técnicas previstas para este mês para discutir o calendário e o conteúdo das negociações, depois poderemos ter uma primeira ronda negocial em conjunto SADC/UE em Outubro próximo", apontou.
Essa ronda negocial, notou, "terá de basear-se numa proposta de acesso ao mercado de exportações da União Europeia Angola".
"Estou confiante que, em breve, podermos iniciar este processo que levará à adesão de Angola ao Acordo APE e de facto vamos envidar todo o esforço para que o processo corra da melhor forma possível", concluiu.
A reunião ministerial também discute a necessidade de se aprofundar as relações de cooperação entre Angola e a União Europeia em áreas de interesse comum, incluindo, o desenvolvimento de uma "parceria sólida" nos domínios do comércio e do investimento.
A delegação ministerial, em Luanda, é presidida pelo ministro das Relações Exteriores angolano, Téte António, enquanto da UE presidida pelo seu alto representante para a Política Externa e Segurança Comum, Josep Borrel.
O programa "Caminho Conjunto" Angola-União Europeia foi assinado em Julho de 2012, em Bruxelas, com o intuito de reforçar o diálogo e a cooperação entre as partes.