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Inflação alta e kwanza fraco explicam manutenção da taxa de juro em Angola, diz consultora NKC

A consultora NKC disse esta Quarta-feira que a manutenção da taxa de juro em Angola nos 15,5 por cento, decidida pelo banco central na Segunda-feira, resulta do aumento da inflação, fraqueza do kwanza e queda nas reservas internacionais.

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"Apesar da fraca perspectiva de evolução da economia 2020 e dos preços do petróleo significativamente baixos, o banco central foi persuadido a manter inalteradas as taxas de juro num contexto de subida da inflação, desvalorização da moeda nacional e descida das reservas internacionais", escrevem os analistas da consultora NKC African Economics.

Na nota de análise enviada aos clientes, e a que a Lusa teve acesso, os analistas da filial africana da Oxford Economics dizem que "mesmo com as más condições económicas, a inflação tem-se mantido, em média, nos 21 por cento nos oito primeiros meses deste ano, acima dos 17,5 por cento no mesmo período do ano passado".

O kwanza, concluem, perdeu mais 30 por cento do seu valor desde o princípio do ano, "mas a moeda mais fraca ajudou a mitigar os efeitos da descida dos preços do petróleo na receita fiscal e na balança corrente".

O Comité de Política Monetária (CPM) do Banco Nacional de Angola decidiu na Segunda-feira manter a taxa básica de juro, taxa BNA, em 15,5 por cento, a taxa de juro da facilidade permanente de cedência de liquidez em 15,5 por cento, a taxa de juro da facilidade permanente de absorção de liquidez, com maturidade de sete dias, em 7 por cento, a taxa de juro da facilidade permanente de absorção de liquidez, com maturidade 'overnight' em 0 por cento e manter a taxa de custódia 0,1 por cento sobre o excesso de liquidez dos bancos comerciais.

Na nota que explica a decisão, o CPM considera que é necessária prudência quanto ao "optimismo sobre a retoma da actividade económica", alertando para as consequências de uma "possível segunda vaga de covid-19 nas principais economias".

Sobre o mercado cambial, o banco central angolano aponta que em Agosto os bancos comerciais "compraram mais divisas aos seus clientes que ao BNA".

O regulador sustenta que o aumento das operações cambiais entre os bancos comerciais e os seus clientes "resulta da estratégia de retirada gradual do BNA como principal provedor dos recursos em moeda estrangeira no mercado interbancário, garantindo a maior transparência no funcionamento do mercado cambial".

A próxima reunião ordinária do CPM está marcada para 27 de Novembro.

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