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Carlos de São Vicente constituído arguido e ouvido na PGR angolana

O empresário angolano Carlos de São Vicente começou esta Terça-feira a ser ouvido pela Procuradoria-Geral da República (PGR), depois de ter sido constituído arguido na passada Quarta-feira, por suspeita dos crimes de peculato e branqueamento de capitais entre outros.

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A informação foi confirmada à Lusa por fonte da PGR, que acrescentou que a sessão já foi suspensa, devendo ser retomada na Quinta-feira.

Em causa está o congelamento de uma conta bancária de Carlos de São Vicente na Suíça, com cerca de 900 milhões de dólares por suspeitas de lavagem de dinheiro, segundo divulgou um blogue suíço que acompanha questões judiciais naquele país, citando um despacho do Ministério Público da Suíça.

Segundo noticiou a rádio pública angolana (RNA) o empresário chegou à Direcção Nacional de Investigação e Acção Penal (DNIAP), órgão da Procuradoria-Geral da República, antes das 10h00 e começou a ser ouvido 10 minutos depois.

Carlos de São Vicente, que foi ouvido durante cerca de três horas, faz-se acompanhar de dois advogados, de acordo ainda com a mesma rádio.

As autoridades judiciais angolanas ordenaram já a apreensão de vários edifícios do grupo AAA, pertencente ao empresário Carlos de São Vicente, que está a ser investigado na Suíça por peculato e branqueamento de capitais.

Segundo um comunicado do Serviço Nacional de Recuperação de Activos da Procuradoria-Geral da República emitido na semana passada, foram apreendidos os edifícios AAA, os hotéis IU e IKA, localizados em todo o território nacional e o edifício IRCA, localizado na Rua Amílcar Cabral, em Luanda.

A PGR justificou a apreensão com indícios da prática de crimes de peculato, participação económica em negócio, tráfico de influência e branqueamento de capitais, crimes pelos quais foi constituído arguido.

Depois dos edifícios, o Serviço Nacional de Recuperação de Activos da PGR anunciou a apreensão da participação social minoritária de 49 por cento da AAA Activos no Standard Bank Angola, onde o empresário é administrador não-executivo, tendo o mesmo solicitado suspensão das funções enquanto durar o processo.

Na Sexta-feira passada, a directora do Serviço Nacional de Recuperação de Activos da PGR, Eduarda Rodrigues Neto, abordou com as autoridades judiciais suíças, entre outros assuntos relativos à luta de Angola contra a corrupção, o processo que envolve Carlos de São Vicente.

Na ocasião, Eduarda Rodrigues terá feito entregou uma carta rogatória às autoridades judiciais da Suíça.

Os técnicos da PGR quiseram também inteirar-se de outros casos que envolvam figuras públicas angolanas, no âmbito do processo de recuperação de activos obtidos ilicitamente.

O AAA, liderado por Carlos de São Vicente, casado com uma das filhas do primeiro Presidente de Angola, António Agostinho Neto, é um dos maiores grupos empresariais angolanos, operando na área dos seguros e da hotelaria.

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