Com esta distinção o autor recebeu nove milhões, 51 mil e 150 kwanzas. O prémio permitirá ainda ao escritor ver a sua obra editada e publicada.
Na cerimónia de entrega do prémio – promovido pelo Instituto Nacional das Indústrias Culturais e Criativas do Ministério da Cultura, Turismo e Ambiente e pela Fundação Dr. António Agostinho Neto – Francisco Neto explicou que a obra aborda assuntos que deveriam ser estudados pelas gerações mais novas.
Admitindo que é importante conhecer o passado, no sentido de se valorizar o presente e de se melhorar o futuro, Francisco Neto afirmou que a obra pretende "homenagear os vários heróis anónimos de Angola, sendo que muitos pagaram com a própria vida o preço da liberdade".
Citado pela Angop, o escritor afirmou que a sua obra vai permitir aos leitores tirar "várias interpretações": a "Festa dos Porcos" pode ser vista com um pedido de ajuda, por tentar chamar a atenção das autoridades para olharem para os mártires angolanos, e pode também fazer lembrar os angolanos que foram "barbaramente assassinados sem direito a óbito nem komba".
"Todos temos consciência do valor espiritual que ambos (tanto o óbito como o komba) encerram na cultura bantu", afirmou, perguntando se já não é tempo para se criar um komba nacional para os mártires poderem descansar.
O deputado Roberto de Almeida, escritor com o pseudónimo Jofre Rocha, admitiu que Francisco Neto é um escritor que surpreende, explicando que geralmente os jovens escritores não se preocupam em escrever sobre o passado.
O prémio, foi instituído em 1980 em homenagem póstuma a Agostinho Neto e é uma promoção do Instituto Nacional das Indústrias Culturais e da Fundação Dr. António Agostinho Neto e pretende "incentivar a criação literária entre os autores nacionais, desencadear, de forma sistemática, uma nova vaga de legitimação discursiva para o conhecimento, consolidação e defesa da angolanidade".