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BNA aumenta coeficiente das reservas obrigatórias em moeda estrangeira

O Banco Nacional de Angola (BNA) decidiu aumentar, de 15 para 17 por cento, o coeficiente de reservas obrigatórias em moeda estrangeira, uma decisão que pretende “adequar o nível de liquidez ao objetivo de inflação de curto e médio prazos”.

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O banco central decidiu também manter o coeficiente das reservas obrigatórias em moeda nacional em 22 por cento, eliminando a dedução de notas e moedas, refere uma nota divulgada no portal do BNA.

A nota dá conta de uma sessão ordinária realizada esta Segunda-feira, que reuniu o Comité de Política Monetária (CPM) do banco central, e durante a qual foram analisados “os principais indicadores económicos, bem como os impactos das medidas de política tomadas anteriormente sobre os diferentes setores da economia”.

No documento, o CPM assinala que decidiu também manter a taxa básica de juro, taxa BNA, em 15,5 por cento, a taxa de juro da facilidade permanente de cedência de liquidez em 15,5 por cento, a taxa de juro da facilidade permanente de absorção de liquidez, com maturidade de sete dias, em 7 por cento, a taxa de juro da facilidade permanente de absorção de liquidez, com maturidade ‘overnight’ em 0 por cento e manter a taxa de custódia nos 0,1 por cento sobre o excesso de liquidez dos bancos comerciais.

Da mesma forma, o organismo do BNA decidiu “manter activa a janela da facilidade permanente de cedência de liquidez, com maturidade ‘overnight’, em até 100 mil milhões de kwanzas, renovável trimestralmente, de modo não cumulativo, ao longo do exercício económico de 2020”.

No documento, o CPM considera que é necessária prudência quanto ao “optimismo sobre a retoma da actividade económica”, alertando para as consequências de uma “possível segunda vaga de covid-19 nas principais economias”.

Sobre o mercado cambial, o banco central aponta que em Agosto os bancos comerciais “compraram mais divisas aos seus clientes que ao BNA”.

O regulador sustenta que o aumento das operações cambiais entre os bancos comerciais e os seus clientes “resulta da estratégia de retirada gradual do BNA como principal provedor dos recursos em moeda estrangeira no mercado interbancário, garantindo a maior transparência no funcionamento do mercado cambial”.

Devido aos desenvolvimentos na notação de risco do país, aliada às necessidades de atenuar os impactos negativos da pandemia de covid-19 em Angola e de proteger o sistema financeiro, o CPM “decidiu implementar a medida de deferimento na constituição de imparidades para efeito regulatório na posição de crédito de títulos da dívida pública para um máximo de três anos”.

Este deferimento deverá obedecer à regulamentação específica, que será publicada sob forma de aviso.

O comunicado divulgado pelo CPM acrescenta que o ‘stock’ das reservas internacionais brutas se situou em 14,64 mil milhões de dólares em Agosto deste ano, menos que os 15,39 mil milhões de dólares em Julho.

“Apesar da queda das reservas internacionais, a solvabilidade externa do país continua assegurada, visto que nível atual corresponde a uma cobertura em torno de 11 meses de importação de bens e serviços, acima da meta de seis meses definida como indicar de convergência da SADC [Comunidade de Desenvolvimento da África Austral]”, acrescenta o comunicado.

Sobre as reservas internacionais líquidas, estas situavam-se em 9,58 mil milhões de dólares no final de Agosto, após uma redução face aos 10,26 mil milhões de dólares no final de Julho.

O CPM assinala também que o nível de liquidez da economia deve continuar a ser monitorizado com atenção, para “não comprometer o alcance do objetivo de estabilidade de preços na economia”.

De acordo com o mais recente Índice de Preços no Consumidor Nacional, do Instituto Nacional de Estatística, a inflação angolana ficou, no acumulado entre Setembro de 2019 e Agosto de 2020, nos 23,41 por cento, o valor mais alto desde Dezembro de 2017 (23,67 por cento).

O CPM sublinha “o seu comprometimento com o percurso de estabilidade de preços, mantendo-se a previsão de 25 por cento de inflação para o presente exercício económico”.

A próxima reunião ordinária do CPM está marcada para 27 de Novembro.

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