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Ambiente

UNICEF: seca no sul do país afecta 2,3 milhões de pessoas

A situação humanitária no sul de Angola continua a deteriorar-se em resultado do agravamento da seca, afetando agora 2,3 milhões de pessoas, incluindo mais de 491.000 crianças menores de cinco anos, segundo a UNICEF.

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A escassez de chuva em todo o sul deixou entre 70 e 80 por cento da população da Huíla e do Cunene em situação de “insegurança alimentar” e com o “estado nutricional comprometido”, segundo o relatório “Acção Humanitária para as Crianças” de 2019 da agência das Nações Unidas para a Infância. 

“O movimento de pessoas em busca de água para consumo humano e animal colocou mais de 192.000 crianças em risco de perderem a educação e de se envolverem em trabalho infantil”, estima o relatório.

O estudo destaca ainda o aumento dos casos de violência doméstica e abuso no contexto do agravamento das condições de vida.

A população do sul está também muito vulnerável à eclosão de epidemias como sarampo, sarna e poliomielite. De acordo com o relatório, foram confirmados na província da Lunda Norte casos de circulação do vírus da poliomielite tipo 2 derivado da própria vacina, e quase 1,2 milhões de pessoas necessitam de ser vacinadas contra a poliomielite num total de 25 municípios.

A agravar a situação, Angola acolhe actualmente mais de 20.000 refugiados no campo do Lóvua e ainda mais cerca de 3500 nas áreas urbanas do Dundo, ambos na província da Lunda Norte.

A 31 de Agosto de 2019, a UNICEF dispunha de 6,4 milhões de dólares para o seu programa de intervenção, contra necessidades identificadas na ordem dos 14,2 milhões. Um atraso no financiamento “prejudicou a resposta, particularmente dada a deterioração da situação de seca, e levou a um insucesso em relação às metas do programa”, reconhece o relatório.

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